Um estudo recente da Ofcom, o regulador britânico do setor audiovisual, revela que o YouTube é a primeira escolha de um em cada cinco crianças da geração Alpha, entre os quatro e os 15 anos, quando ligam a televisão. Este fenómeno é um indicativo claro da migração da plataforma de vídeo para as salas de estar, refletindo uma mudança nos hábitos de consumo entre diferentes gerações.
Os dados mostram que 20% das crianças acedem imediatamente à aplicação do YouTube ao ligar a TV. Mas não são apenas os mais novos a impulsionar esta tendência. Os adultos jovens, com idades entre os 16 e os 34 anos, também estão a adotar o YouTube como parte do seu consumo diário, assistindo em média a 18 minutos de conteúdo por dia na televisão. Curiosamente, os espectadores com mais de 55 anos aumentaram o seu tempo de visualização, passando de 6 para 11 minutos diários em apenas um ano.
A análise da consultora digital 2btube revela que a visualização do YouTube em televisões conectadas cresceu 83% a nível global durante o primeiro semestre de 2025. Comparando com o mesmo período de 2023, o crescimento é ainda mais significativo, atingindo 185%. Este aumento é baseado em dados de mais de 700 canais de YouTube, que somam cerca de cinco mil milhões de visualizações mensais.
Além disso, a natureza do conteúdo disponível no YouTube está a evoluir. Metade dos vídeos mais populares na plataforma assemelham-se agora a programas de televisão tradicionais, como entrevistas de longa duração. Esta mudança posiciona o YouTube como um concorrente direto dos serviços de televisão com anúncios, ao mesmo tempo que oferece às estações de TV uma oportunidade de alcançar um público mais jovem.
Ed Leighton, diretor interino de estratégia e pesquisa da Ofcom, destaca que “a programação televisiva está cada vez mais distante dos telespectadores mais jovens, sendo o YouTube o primeiro ponto de contacto para muitos deles”. Ele acrescenta que as estações de serviço público estão a reconhecer essa mudança e a procurar o público nos espaços online, onde este passa cada vez mais tempo.
A análise também indica uma diminuição de 4% no tempo que os britânicos dedicam à televisão linear em 2024, com a média a cair para 2 horas e 24 minutos por dia. Em contrapartida, os cidadãos assistem a conteúdos de plataformas de streaming, como a Netflix, durante cerca de 40 minutos diários.
Esta mudança nos hábitos de consumo de media é um reflexo das novas preferências e comportamentos das diferentes faixas etárias. Leia também: O impacto das plataformas de streaming na televisão tradicional.
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Fonte: ECO
