André Ventura, líder do partido Chega, está à procura de um impulso eleitoral que o leve a Belém nas próximas eleições presidenciais. O seu percurso até agora tem sido marcado por estratégias que, embora arriscadas, têm demonstrado eficácia. Um exemplo claro foi a sua atuação nas últimas legislativas, onde um incidente dramático, ocorrido a poucos dias do fim da campanha, teve um impacto significativo nas sondagens.
Antes do incidente, que envolveu uma situação de saúde pública, as sondagens apontavam para uma média de 17% de intenções de voto para o Chega. Contudo, após a divulgação de imagens do líder em um hospital e um comício emotivo, Ventura conseguiu aumentar a sua popularidade, terminando a campanha com 22,8% dos votos. Este tipo de episódios dramáticos, que atraem a atenção dos media, têm o potencial de servir como um verdadeiro catalisador eleitoral.
A Comissão Reguladora da Comunicação Social (ERC) também notou uma alteração na cobertura mediática, com um aumento do tempo dedicado à candidatura de Ventura em comparação com os outros partidos. Este fenómeno não é exclusivo de Portugal; exemplos internacionais como o de Jair Bolsonaro e Donald Trump mostram que situações de crise podem impulsionar candidaturas, embora com riscos elevados.
Um caso histórico em Portugal que ilustra bem esta dinâmica é a agressão a Mário Soares em 1986, que lhe conferiu um impulso eleitoral significativo, permitindo-lhe uma subida nas sondagens e, eventualmente, a vitória nas presidenciais. Ventura, por sua vez, tem agora a oportunidade de capitalizar sobre a sua visibilidade, especialmente após a recente manifestação de imigrantes frente à Assembleia da República, que gerou controvérsia e discussão.
Com mais de três meses até às eleições, André Ventura tem tempo para moldar a sua imagem e estratégia. A sua busca por um impulso eleitoral continua, e a forma como irá navegar os desafios e oportunidades que surgem será crucial para o seu sucesso.
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Fonte: Sapo
