Nuctech quer vender scanners a Portugal apesar de restrições dos EUA

A Nuctech, uma empresa chinesa de tecnologia, está a tentar vender scanners a Portugal, apesar das restrições impostas pelos Estados Unidos. Com presença em 170 países, a Nuctech é conhecida por fornecer equipamentos de segurança, como scanners e sensores, que monitorizam bagagens e contentores em busca de bens ilegais ou não taxados.

A companhia já participou em concursos públicos em Portugal, tendo fornecido equipamentos ao setor público nacional. Este ano, a Nuctech voltou a apresentar propostas em concursos da Autoridade Tributária e Aduaneira, que totalizam cerca de 16,8 milhões de euros. Atualmente, decorrem seis concursos lançados em junho, onde a Nuctech compete ao lado de outras empresas internacionais.

Os concursos visam a aquisição de scanners para os portos de Sines e Setúbal, assim como para o aeroporto de Lisboa, onde se pretende monitorizar bagagens, carga e encomendas postais. Na avaliação das propostas, o preço representa 60% da decisão final, enquanto as capacidades técnicas e a garantia pesam entre 20-35% e 10%, respetivamente. A Nuctech já é uma velha conhecida em Portugal, tendo fornecido scanners móveis em 2019 e outros equipamentos em 2023.

Entretanto, a Nuctech enfrenta dificuldades nos Estados Unidos, onde desde 2020 está na lista de restrições a exportações. As autoridades norte-americanas alegam que a empresa está envolvida em atividades que comprometem a segurança nacional, citando a baixa performance dos seus equipamentos. Além disso, a U.S. Maritime Administration levantou preocupações sobre a recolha de dados pessoais e biométricos pelos scanners da Nuctech.

Na Europa, a situação também não é favorável para a empresa. Em 2024, a Comissão Europeia realizou buscas nos escritórios da Nuctech na Polónia e nos Países Baixos, investigando se a companhia recebeu subsídios estatais chineses para obter vantagens em concursos públicos. Recentemente, o Tribunal Europeu de Justiça rejeitou um recurso da Nuctech que visava suspender a decisão de Bruxelas.

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A Nuctech, controlada indiretamente pelo Estado chinês através da China National Nuclear Corporation (CNNC), é vista com desconfiança por vários países europeus. Em 2024, o aeroporto de Varsóvia decidiu remover os scanners da Nuctech por razões de segurança, e em 2022, eurodeputados franceses criticaram a escolha da empresa para fornecer equipamentos ao aeroporto de Estrasburgo.

A Nuctech defende-se, afirmando que nunca recebeu subsídios ilegais e que está comprometida com a competição justa na União Europeia. A empresa continua a tentar expandir a sua presença em mercados internacionais, incluindo Portugal, onde a necessidade de scanners de segurança é crescente.

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Fonte: Sapo

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