As eleições autárquicas no Seixal, um dos bastiões do Partido Comunista Português (PCP) desde 1976, prometem ser um verdadeiro desafio para a CDU. O município, que já foi sinónimo de vitória comunista, enfrenta agora a crescente pressão do Partido Socialista (PS) e do Chega, que buscam alterar o panorama político da região.
Historicamente, o Seixal tem sido um bastião da CDU, que governou a Câmara Municipal durante 41 anos, até 2017, quando perdeu a maioria absoluta. Desde então, o PS tem vindo a consolidar a sua posição, ficando a apenas um vereador da CDU nas últimas eleições. O crescimento do PS, que se intensificou nas últimas autárquicas, pode ser atribuído a uma mudança demográfica significativa na região, onde a população aumentou de 116 mil eleitores em 2005 para 143 mil em 2021.
O atual presidente da Câmara, Paulo Silva, que sucedeu a Joaquim Santos, enfrenta agora a tarefa de governar em minoria, uma situação que a CDU não vivia desde 1976. A CDU, que atualmente conta com cinco vereadores, enquanto o PS tem quatro e o PSD um, vê-se assim pressionada a manter a sua influência no Seixal.
Além do PS, o Chega também se apresenta como um adversário a ter em conta. Nas últimas eleições legislativas, o partido de André Ventura obteve uma vitória significativa, mesmo que por uma margem estreita. O autarca Paulo Silva reconhece que a linguagem populista do Chega, que frequentemente aponta os imigrantes como responsáveis pelos problemas do país, pode ressoar em certos setores da população. “Temos de combater essa narrativa”, afirma.
A CDU, por sua vez, defende que tem um projeto coletivo de desenvolvimento para o Seixal, enquanto critica os outros partidos por se focarem em interesses pessoais. A festa do Avante, que se realiza anualmente no Seixal, é um símbolo da força do PCP na região, mas a crescente diversidade populacional e a mudança nas preferências eleitorais podem desafiar essa hegemonia.
Com as eleições de 2025 à vista, a CDU terá de se reinventar para manter a sua relevância, enquanto o PS e o Chega tentam capitalizar sobre as insatisfações da população. O Seixal, que se tornou um “porto de abrigo” para muitas nacionalidades, poderá ver uma nova configuração política emergir, refletindo as mudanças sociais e económicas que a região tem vivido.
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Fonte: ECO