A Europa enfrenta um desafio existencial que pode comprometer a sua competitividade e estabilidade, segundo João Cotrim de Figueiredo, eurodeputado e candidato à presidência de Portugal. Durante um debate sobre o futuro da União Europeia, Cotrim de Figueiredo destacou a necessidade urgente de reformas na Europa, especialmente no que diz respeito à tomada de decisões e à integração económica.
O eurodeputado criticou a lentidão do processo de aprovação de acordos, como o que envolve a parceria entre a União Europeia e o Mercosul, que demorou 25 anos a ser ratificado. Para ele, essa situação reflete a falta de coragem política para tomar decisões que, embora benéficas, possam ofender interesses instalados. “A Europa tem de se mover mais rapidamente, mas isso exige coragem e uma visão clara do que queremos para o futuro”, afirmou.
Cotrim de Figueiredo também abordou a questão da soberania, afirmando que, para que a Europa funcione de forma eficaz, é necessário aceitar uma maior centralização e, consequentemente, uma perda de soberania. “Se queremos continuar a fazer parte da União Europeia, temos de estar dispostos a pagar alguns custos. A centralização é essencial para harmonizar regras e integrar mercados”, explicou.
A falta de reformas na Europa não se limita apenas ao processo de decisão. O eurodeputado alertou que a União Europeia, apesar de ter reagido bem a crises como a pandemia e a invasão da Ucrânia, enfrenta um lento declínio na qualidade de vida dos cidadãos. “A Europa é eficaz em situações de emergência, mas no dia a dia, a inércia é preocupante”, sublinhou.
Cotrim de Figueiredo defendeu que a primeira questão a ser debatida é se os países membros desejam estar dentro ou fora da União Europeia. “Se decidirmos sair, devemos estar cientes das consequências, que podem incluir uma perda significativa do nosso PIB potencial”, advertiu. Para ele, a defesa do projeto europeu é crucial, mas as reformas na Europa são imprescindíveis para garantir a sua viabilidade a longo prazo.
O eurodeputado também comentou sobre a necessidade de um compromisso mais forte entre os Estados-membros que já aceitaram prescindir de parte da sua soberania em nome da integração europeia. “Aqueles que estão comprometidos com o projeto europeu devem ter mais direitos e influência nas decisões”, concluiu.
Com as eleições presidenciais à porta, Cotrim de Figueiredo acredita que a sua candidatura representa uma forma mais rápida de influenciar a posição de Portugal no Conselho Europeu do que a atuação isolada de um eurodeputado. “Acredito que a presidência da República pode ser uma plataforma eficaz para promover as reformas na Europa que tanto precisamos”, afirmou.
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Fonte: Sapo