Excesso de regulação e falta de coragem política afetam UE

Na União Europeia (UE), a ideia de um mercado verdadeiramente único continua a ser um desafio. Durante uma conferência que celebrou o 9.º aniversário do Jornal Económico, gestores de diversas áreas apontaram o excesso de regulação e a burocracia como os principais obstáculos à competitividade. Para eles, a solução passa por uma “coragem política” que permita superar estas barreiras.

Jorge Henriques, presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), destacou as dificuldades que Portugal enfrenta nas suas relações comerciais dentro do mercado da UE. Ele sublinhou que a dimensão do tecido empresarial português e a falta de recursos para promoção externa complicam ainda mais a situação. Henriques criticou a criação de regulamentos pela UE, afirmando que muitos deles são elaborados sem considerar a competitividade. “Temos um conjunto de regulamentos feitos por burocratas que, em muitos casos, são ainda mais restritivos do que os de Bruxelas”, afirmou.

João Bento, CEO dos CTT e membro da Business Round Table, expressou orgulho pelo aumento das exportações, que agora representam 50% do PIB nacional. No entanto, lamentou que apenas 14% dessas exportações sejam direcionadas para fora da Europa. Bento destacou que a Europa, com uma população de 460 milhões e 17% do PIB global, ainda não se comporta como um mercado único. Ele apontou que, no último ano, surgiram 1.750 novos regulamentos apenas no setor financeiro, o que agrava a situação. O CEO dos CTT citou um estudo que revela que os custos associados a diferentes leis e regulamentos na UE são muito mais prejudiciais do que a tarifa de 15% negociada com os Estados Unidos.

Pedro Carvalho, CEO da Tranquilidade, também concordou que a UE é um projeto incompleto. Desde a criação do mercado único em 1992, a convergência económica, política e cultural não tem avançado como esperado. Carvalho notou que, apesar da introdução do euro, a estagnação e até algumas regressões têm sido evidentes. Ele observou que, em setores como telecomunicações, energia e finanças, não existem operadores pan-europeus, o que demonstra que os mercados continuam relativamente fechados. Para ele, isso pode ser atribuído à falta de uma verdadeira convergência política.

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A discussão sobre a regulação na UE e a necessidade de coragem política para enfrentar estes desafios é crucial para o futuro da competitividade europeia. Leia também: O impacto da burocracia nas empresas portuguesas.

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Fonte: Sapo

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