Durante a sua campanha presidencial, Donald Trump, então candidato republicano, fez uma afirmação audaciosa: prometeu resolver a guerra na Ucrânia em apenas 24 horas. Esta declaração, considerada por muitos analistas como uma impossibilidade, rapidamente se tornou um dos temas centrais da sua campanha. No entanto, após assumir novamente a presidência, ficou claro que as preocupações dos especialistas estavam bem fundamentadas. Trump chegou a afirmar que a sua promessa inicial era feita em tom irónico, mas posteriormente ajustou o prazo para “duas semanas ou menos” para alcançar algum progresso nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia.
Os países que apoiaram a Ucrânia desde o início da invasão russa, especialmente na Europa, ficaram surpreendidos com a abordagem de Trump. A sua estratégia parecia favorecer uma relação próxima com o presidente russo, Vladimir Putin, enquanto relegava o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a um papel secundário, sem sequer lhe permitir participar nas discussões.
A situação tornou-se ainda mais intrigante quando Trump apresentou um projeto que condicionava a continuidade do apoio financeiro dos Estados Unidos à assinatura de um acordo que transferiria para os EUA os direitos de exploração de recursos valiosos na Ucrânia, as chamadas terras raras. Como observou o analista Francisco Seixas da Costa, “a Rússia quer tomar posse do solo da Ucrânia e os Estados Unidos do subsolo”.
Após a desilusão provocada pela sua promessa de resolver a guerra na Ucrânia em 24 horas, a estratégia de Trump pareceu ganhar novo impulso quando a Casa Branca organizou uma cimeira no Alasca entre os dois líderes. A expectativa era de que, após este encontro, a situação se resolvesse rapidamente, com Zelensky a tratar apenas dos detalhes. Contudo, os analistas previram que não seria assim que as coisas aconteceriam.
Agora, passadas cerca de cinco semanas desde essa cimeira, Trump mudou radicalmente a sua abordagem. A nova estratégia permite que a Ucrânia invista na recuperação das suas antigas fronteiras, incluindo a Península da Crimeia. Além disso, Trump prometeu continuar a fornecer armamento à Ucrânia, desde que haja alguém disposto a financiar essa ajuda. Embora a possibilidade de um Nobel da Paz pareça mais distante, a realidade é que, até ao momento, a Casa Branca não aplicou sanções diretas sobre a Rússia, apesar das promessas iniciais. Em contrapartida, já existem sanções sobre aqueles que negociam com Moscovo.
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Fonte: Sapo