O Governo português anunciou um investimento de seis mil milhões de euros para revitalizar o setor da Defesa, numa altura em que a Europa enfrenta novos desafios de segurança. O ministro da Defesa, Nuno Melo, destacou que a intenção não é apenas modernizar as forças armadas, mas também criar uma cadeia de fornecimento que permita à União Europeia aumentar a sua independência em termos de defesa.
Melo sublinhou que a indústria nacional será incentivada a participar neste esforço, que não deve ser visto apenas como uma despesa, mas sim como um investimento na criação de um ecossistema militar robusto. Este investimento na Defesa, segundo o ministro, poderá ter um impacto positivo no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. “Estamos a tomar em mãos um exercício de soberania”, afirmou, referindo-se à necessidade de alinhar o fortalecimento da defesa com o crescimento económico.
O pacote de seis mil milhões de euros inclui 1,2 mil milhões destinados a bens e infraestruturas. O ministro enfatizou que o investimento está em conformidade com as exigências da NATO, abrangendo não só armamento, mas também a colaboração com as indústrias de Defesa. “Estamos a pensar em materiais de duplo uso”, explicou Melo, dando o exemplo de helicópteros que podem ser utilizados tanto em operações militares como em situações de emergência, como combate a incêndios.
Para garantir que Portugal aproveite esta oportunidade, o Governo já fez um levantamento das necessidades e uma calendarização que trará retorno para a indústria. Entre os projetos destacados, estão a criação de uma constelação de 12 satélites, que poderão ser vendidos globalmente, e investimentos nos estaleiros de Viana do Castelo. Além disso, o Governo está a planear a aquisição de aeronaves no valor de 200 milhões de euros, dos quais 70 milhões serão aplicados em território nacional.
O ministro concluiu que, ao envolver a indústria nas aquisições de equipamentos, o objetivo é também investir em produção e manutenção, o que poderá transformar a indústria da Defesa em um contribuinte líquido para a economia portuguesa. “Estamos a dar um passo importante para modernizar a Defesa e, ao mesmo tempo, fortalecer a nossa economia”, afirmou Nuno Melo.
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Fonte: Sapo
