Impresa precisa de 80 milhões para reequilibrar contas financeiras

A Impresa SGPS, proprietária da SIC e do Expresso, enfrenta uma situação financeira crítica e precisa de uma recapitalização de cerca de 80 milhões de euros. Este valor é essencial para reequilibrar as suas contas, que apresentam prejuízos históricos e uma liquidez quase inexistente. De acordo com os dados disponíveis até 31 de dezembro de 2024, a empresa precisa urgentemente de dinheiro fresco para restaurar a sua estrutura de capital a níveis sólidos.

As negociações entre a Impreger, a holding da família Balsemão, e a MediaForEurope (MFE), pertencente à família Berlusconi, estão a avançar rapidamente. A urgência em encontrar um parceiro financeiro é evidente, uma vez que a Impresa SGPS precisa de garantir uma autonomia financeira de 50%. Para tal, os capitais próprios da empresa devem igualar 50% do seu ativo, que é de aproximadamente 340 milhões de euros. Atualmente, os capitais próprios estão em cerca de 90 milhões de euros, o que significa que a Impresa SGPS precisa de aumentar o capital em cerca de 80 milhões de euros.

Este reforço financeiro não só ajudaria a empresa a alcançar a autonomia financeira desejada, mas também a resolver problemas de liquidez. Com os 80 milhões de euros, a Impresa SGPS poderia cobrir o défice de curto prazo de 65,5 milhões de euros, permitindo uma melhoria significativa na sua situação financeira. Em 2024, a empresa registou um prejuízo líquido consolidado de 66,2 milhões de euros, o que agravou ainda mais a sua fragilidade financeira.

A Impresa SGPS tem tentado, sem sucesso, encontrar parceiros de investimento que permitam à família Balsemão manter o controle da empresa. As negociações com a família Soares dos Santos não resultaram, mas a esperança agora recai sobre os italianos da MFE, que podem estar dispostos a aceitar um perdão de dívida por parte dos bancos. Se a banca concordar em reduzir a dívida em 30%, as necessidades de recapitalização da Impresa SGPS poderiam ser reduzidas para cerca de 46 milhões de euros.

Leia também  Défice das contas públicas de Moçambique atinge 555,2 milhões de euros

Além disso, a empresa já enfrentou dificuldades em gerar liquidez, como demonstrado pela tentativa falhada de vender a sua sede ao fundo BPI Imofomento por 37 milhões de euros. Esta operação poderia ter aliviado a pressão financeira, mas não se concretizou, evidenciando a dificuldade da Impresa em gerir a sua tesouraria.

Nos últimos anos, a Impresa SGPS tem enfrentado uma queda constante nas receitas, com apenas três exercícios a registarem um aumento desde 2015. O último relatório mostra que as receitas subiram ligeiramente para 182,3 milhões de euros em 2024, mas ainda estão 23% abaixo dos 234 milhões de euros faturados em 2014. A dívida da empresa também aumentou significativamente, passando de 107,2 milhões de euros em 2022 para 148,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2025.

A situação financeira da Impresa SGPS é alarmante e, se não forem tomadas medidas rápidas, a empresa poderá enfrentar dificuldades ainda maiores. A recapitalização de 80 milhões de euros é, portanto, uma questão de sobrevivência. Leia também: O futuro da Impresa SGPS em risco.

Leia também: Jornal Económico digital: novidades a partir de 29 de setembro

Fonte: ECO

Não percas as principais notícias e dicas de Poupança

Não enviamos spam! Leia a nossa política de privacidade para mais informações.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Back To Top