A ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Grava Carvalho, respondeu hoje a várias críticas sobre o programa E-Lar, que visa apoiar a compra de equipamentos elétricos eficientes por famílias carenciadas. O programa, que arranca amanhã, é direcionado especialmente a pessoas vulneráveis e em situação de pobreza energética.
Durante uma conferência em Carcavelos, a ministra esclareceu que o programa E-Lar inclui apenas equipamentos com classificação A, que são acessíveis e adequados às necessidades das famílias em dificuldades. “Não estamos a falar de bombas de calor, mas sim de um programa que visa eletrificar os consumos e reduzir as emissões, promovendo a sustentabilidade”, afirmou.
No entanto, a Deco Proteste alertou que a substituição de esquentadores a gás natural por termoacumuladores elétricos pode resultar num aumento significativo nas faturas de eletricidade, estimando um acréscimo de 360 euros por ano. O programa E-Lar, que entra em vigor a 30 de setembro, exclui as bombas de calor, consideradas uma das soluções mais eficientes para o aquecimento de águas.
A Deco Proteste sublinha que os termoacumuladores disponíveis no mercado, que são a única opção financiada pelo programa E-Lar, têm uma capacidade limitada de 30 litros, inferior ao recomendado para uma pessoa. Esta limitação pode agravar ainda mais a situação financeira das famílias, que se vêem obrigadas a optar por soluções menos adequadas às suas necessidades.
Além disso, a organização já manifestou as suas preocupações ao ministério, destacando a necessidade de simplificação dos processos, abrangência geográfica dos fornecedores e segurança na substituição de equipamentos. Mariana Ludovino, porta-voz da Deco, alertou que a falta de melhorias estruturais, como o isolamento térmico, pode levar a um aumento das faturas, mesmo com a utilização de equipamentos eficientes.
O programa E-Lar também pode exigir um aumento da potência elétrica contratada e obras na instalação elétrica, além da necessidade de selar as saídas de gás de forma segura. A Deco Proteste critica ainda a proposta de que o voucher do programa seja utilizado apenas uma vez, o que limita a liberdade de escolha dos consumidores e pode excluir famílias com menos opções geográficas.
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Fonte: Sapo