Os reguladores de seguros a nível global estão a seguir direções distintas em relação aos investimentos das seguradoras, conforme revela um novo relatório da Fitch Ratings. Este documento, que abrange o período de abril a setembro de 2025, destaca que as abordagens variam significativamente entre as regiões, refletindo as condições económicas locais e as prioridades dos supervisores.
Na Europa, Médio Oriente e África (EMEA), bem como na Ásia-Pacífico, os reguladores estão a implementar regras que incentivam os investimentos das seguradoras. A Comissão Europeia, por exemplo, propôs uma redução dos requisitos de capital para investimentos em ações de longo prazo, enquanto a China anunciou uma diminuição de 10% nos requisitos para este tipo de investimentos. Estas medidas visam encorajar as seguradoras a alocar mais capital ao setor empresarial, contribuindo assim para o crescimento económico.
Por outro lado, os reguladores no Reino Unido e nos Estados Unidos estão a adotar uma postura mais cautelosa. Nos EUA, foi introduzido um teste de adequação de ativos que assegura a correspondência entre os fluxos de caixa de ativos e passivos nos acordos de resseguro, especialmente no ramo da vida. No Reino Unido, há indícios de um possível endurecimento das regulamentações sobre resseguros financiados, numa tentativa de mitigar riscos sistémicos e de solvência.
Na Austrália, o regulador propõe que as seguradoras possam reduzir as reservas de capital em troca de um equilíbrio entre os seus ativos e obrigações. Esta abordagem visa tornar as anuidades mais acessíveis aos clientes, sem comprometer a sustentabilidade financeira das seguradoras.
A Fitch conclui que estas diferentes abordagens regulatórias refletem a resposta dos supervisores às condições do mercado. Enquanto algumas regiões buscam canalizar os recursos das seguradoras para o financiamento da economia, outras concentram-se na monitorização dos mecanismos de transferência de risco, que podem impactar a estabilidade a longo prazo.
Os investimentos das seguradoras são, portanto, um tema central nas discussões regulatórias, com cada região a traçar o seu caminho consoante as suas necessidades económicas e os desafios que enfrenta. Leia também: O impacto das novas regras de capital nas seguradoras.
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Fonte: ECO
