A assembleia de credores da Trust in News (TiN), que detém a revista Visão, foi retomada esta quarta-feira no tribunal da Comarca de Lisboa Oeste. A reunião, que havia sido suspensa a 22 de setembro, visa decidir o futuro da empresa e dos seus títulos.
O administrador de insolvência, André Pais, apresentou um requerimento ao tribunal onde solicita que os credores votem sobre três questões cruciais: a manutenção da atividade da empresa, a cessação da mesma ou a venda dos ativos. A TiN continua a operar, embora sob um regime de insolvência, com um prazo até 8 de outubro de 2025 para comunicar oficialmente a cessação da atividade à Autoridade Tributária, conforme indicado no documento.
Atualmente, a massa insolvente, que foi declarada a 4 de dezembro de 2024, acumula dívidas significativas, incluindo impostos e contribuições que totalizam cerca de 180.000 euros. Os salários em atraso dos colaboradores somam aproximadamente 215.000 euros, enquanto os Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) atingem cerca de 120.000 euros. Apesar da situação financeira complicada, o administrador de insolvência menciona que existem receitas potenciais na ordem dos 60.000 euros.
Durante a assembleia, alguns credores expressaram a vontade de manter a TiN em atividade até que a venda dos ativos seja concretizada, sugerindo que a venda se realize através de um leilão eletrónico, após uma avaliação independente do valor da empresa. Além disso, um grupo de trabalhadores da revista Visão manifestou interesse em adquirir a publicação, propondo um valor base de 40.000 euros, com o objetivo de garantir a continuidade da revista e a preservação dos postos de trabalho.
A proposta dos jornalistas da Visão visa assegurar que a revista, que mantém uma tiragem média de 15 mil exemplares, continue a ser publicada, ao mesmo tempo que se garante a valorização do ativo em benefício da massa insolvente. O pagamento seria realizado com um sinal de 20% no ato da assinatura e o restante no prazo de 30 dias.
A Trust in News, fundada em 2017, é proprietária de 16 órgãos de comunicação social, incluindo revistas e plataformas digitais, como a Exame e o Jornal de Letras. A situação atual da empresa levanta questões sobre o futuro do setor e a viabilidade das suas publicações.
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Fonte: ECO