O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, manifestou esta quarta-feira a sua preocupação sobre a intenção do Governo de avançar com subconcessões dos serviços da Comboios de Portugal (CP). Durante uma viagem de comboio na Linha de Sintra, Carneiro pediu explicações ao Executivo, prometendo que o tema será acompanhado de perto pelo PS na Assembleia da República.
Carneiro iniciou o seu dia de campanha para as autárquicas às 05:00, viajando de comboio até ao Rossio, em Lisboa, acompanhado por candidatos socialistas das câmaras de Sintra, Oeiras, Amadora e Lisboa. “Nunca houve um investimento tão significativo no transporte ferroviário como nos governos do PS. É fundamental que o Governo explique o que pretende com as subconcessões da CP”, afirmou Carneiro aos jornalistas.
A Linha de Sintra, uma das mais importantes da área metropolitana, foi recentemente reforçada e capacitada. O líder socialista destacou propostas concretas para melhorar a mobilidade dos cidadãos, incluindo a ideia de garantir uma frequência de comboios a cada 15 minutos, semelhante ao que ocorre em Paris. “Queremos que esta linha funcione como um metropolitano, com maior regularidade e qualidade no serviço”, acrescentou.
O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, garantiu na terça-feira que a CP não será privatizada, mas confirmou que o Governo pretende avançar com as subconcessões. “Não há privatização da CP. As subconcessões visam melhorar o funcionamento do sistema”, disse o ministro durante uma sessão na Assembleia da República, respondendo a questões do PS.
As subconcessões permitem que a CP ceda temporariamente a exploração de parte dos seus serviços a empresas privadas, sem perder a sua posição como concessionária da rede. Esta medida gerou críticas de Carneiro, que acusou o Governo de “andar para trás” nos direitos laborais, afirmando que a informalidade pode prejudicar milhares de trabalhadores.
Durante a viagem, que serviu para Carneiro dar voz a quem utiliza a Linha de Sintra, o secretário-geral do PS sublinhou a importância de proteger os direitos dos trabalhadores, especialmente aqueles que garantem o funcionamento da sociedade. “Portugal deve levantar estas questões na agenda mediática, pois são cruciais para a vida das pessoas”, afirmou.
Ao chegar ao Rossio, Carneiro reiterou que o PS está comprometido com uma sociedade mais digna e justa. “Não podemos aceitar que os direitos laborais sejam desprotegidos. É inaceitável retroceder neste aspecto”, concluiu.
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Fonte: ECO