Ousadia no marketing: por que poucos arriscam?

Recentemente, um estudo da DMEXCO trouxe à tona uma questão intrigante sobre a ousadia no marketing. Embora 75% dos profissionais da área considerem que uma presença ousada é crucial para o sucesso das marcas, apenas 8% afirmam realmente implementar essa ousadia nas suas campanhas. Este paradoxo levanta a pergunta: se todos falam sobre ousadia, por que as campanhas continuam a ser, na sua maioria, tão previsíveis e monótonas?

A resposta a esta questão não se resume apenas a fatores culturais ou à falta de talento. Na verdade, a pressão por resultados desempenha um papel fundamental. Muitas vezes, essa pressão é exercida por acionistas institucionais, como fundos de investimento, que exigem retornos rápidos e previsíveis. Assim, o CEO responde a estes acionistas, o CMO ao CEO, e a criatividade acaba por ser limitada por horizontes trimestrais e métricas de curto prazo. A valorização da marca e da empresa é frequentemente substituída por uma lógica que prioriza os objetivos financeiros imediatos.

Por outro lado, as agências estão sempre dispostas a apresentar ideias inovadoras que ajudem as marcas a destacar-se. No entanto, quando os clientes estão presos a ciclos curtos de performance e receosos de críticas nas redes sociais, torna-se difícil ser arrojado. Essa situação é compreensível: para as agências, uma campanha ousada pode ser uma oportunidade de brilhar, enquanto para os clientes, representa um risco comercial e de imagem. Como resultado, muitas ideias que poderiam ser memoráveis acabam por não ser concretizadas.

Curiosamente, o mesmo estudo revela que 80% dos profissionais acreditam que campanhas ousadas permanecem na memória dos consumidores. Num mercado saturado por conteúdos repetitivos e gerados automaticamente, optar pela segurança pode rapidamente levar à irrelevância. Esta “crise da criatividade” não é apenas uma questão cultural ou geracional; é também um reflexo do modelo económico que valoriza a previsibilidade e o retorno imediato em detrimento da experimentação e da diferenciação.

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Entre o crescimento da marca e a valorização a longo prazo, e o retorno trimestral, a escolha tem sido clara. No entanto, todos desejam ser ousados, mas poucos estão dispostos a assumir os riscos associados. O desafio pode estar em encontrar maneiras de experimentar a ousadia de forma controlada: testar em menor escala, criar laboratórios de marca e aceitar que nem todas as ideias resultarão. Contudo, algumas podem transformar uma marca e gerar retornos extraordinários.

No final, a maior contradição é que não arriscar é, na verdade, o maior risco de todos. Leia também: Como as marcas podem inovar sem medo de falhar.

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Fonte: ECO

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