O Fórum para a Competitividade prevê que o crescimento do PIB em Portugal no terceiro trimestre de 2023 tenha abrandado para uma taxa entre 0,3% e 0,5%, uma descida em relação ao crescimento de 0,7% registado no trimestre anterior. Apesar deste abrandamento, o crescimento homólogo deverá acelerar, situando-se entre 1,9% e 2,1%.
A instituição, liderada por Pedro Ferraz da Costa, também reviu em alta as previsões para o PIB de 2024, agora estimado em 2,1%. Contudo, os economistas alertam que é quase certo que 2025 será um ano de desaceleração em comparação com 2024.
Em termos de mercado de trabalho, os dados de Agosto mostram um cenário dinâmico, com um aumento da população ativa de 3,1% e um crescimento do emprego de 3,4%. A ligeira subida da taxa de desemprego, que passou de 6,0% para 6,1%, não tem grande relevância, segundo os especialistas. Se os atuais aumentos de emprego se mantiverem acima dos 3%, bastariam incrementos modestos na produtividade para que o crescimento do PIB se aproximasse dos 4%.
Com a revisão em alta do PIB, o rácio da dívida pública em relação ao PIB diminuiu, passando de 94,9% para 93,6%. O governo ajustou também as suas previsões para 2025, reduzindo a estimativa de dívida pública de 91,5% para 90,2%, mantendo a meta de um excedente orçamental de 0,3% do PIB.
Em Setembro, o clima económico em Portugal registou uma ligeira melhoria, atingindo o nível mais elevado desde Fevereiro de 2022, embora a confiança varie entre os diferentes sectores. A inflação, por sua vez, apresentou uma queda significativa, passando de 2,8% para 2,4%, enquanto a inflação subjacente desceu de 2,4% para 2,0%. A inflação média estabilizou nos 2,4%.
No entanto, as exportações de bens em Julho sofreram uma queda de 11,3% em termos homólogos, a maior quebra desde Março de 2024, com quedas acentuadas para mercados importantes como a Alemanha e os EUA. O turismo também sentiu o impacto da desaceleração, com uma redução generalizada de proveitos e dormidas, incluindo uma ligeira quebra nas dormidas de não residentes.
No que diz respeito à economia internacional, o Fórum para a Competitividade alerta que a França enfrenta não apenas um problema económico, mas também orçamental e político, o que poderá afetar o financiamento de outros países da zona euro. As novas previsões do BCE para a zona euro mostram um otimismo moderado para 2025, mas uma revisão em baixa para 2026.
Nos EUA, o país enfrenta o seu primeiro “shutdown” em sete anos, uma situação que pode prolongar-se devido à falta de acordo nas negociações, atrasando a divulgação de dados económicos cruciais. Por outro lado, as exportações da China também desaceleraram, refletindo uma tendência global de abrandamento económico.
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Fonte: Sapo
