Portugal continua a ser o país da Europa onde os preços das casas mais aumentam, registando uma subida de 17% no segundo trimestre de 2023, após um aumento de 16% no primeiro trimestre. Estes dados, divulgados pelo Eurostat, revelam que a tendência de valorização do mercado imobiliário português se mantém forte, destacando-se em relação à média europeia.
No contexto europeu, a Bulgária e a Hungria ocupam o segundo e terceiro lugares, respetivamente, com aumentos superiores a 15%. Em contraste, a média de crescimento dos preços das casas na União Europeia é significativamente mais baixa, com um aumento de apenas 6% no primeiro trimestre e 5% no segundo trimestre deste ano.
Desde 2010 até ao segundo trimestre de 2025, os preços das casas na UE dispararam mais de 60%, enquanto as rendas aumentaram cerca de 29%. Este crescimento acentuado dos preços das casas tem sido uma constante nos últimos seis trimestres, após um período de estagnação entre 2015 e 2022, seguido de uma ligeira queda e estabilização.
Em termos de comparação, os preços das casas em Portugal subiram mais do que as rendas em 21 dos 26 países da UE. A Hungria lidera o aumento com uma impressionante valorização de 277%, seguida pela Estónia e Lituânia, com 250% e 202%, respetivamente. Portugal ocupa a sexta posição, com uma subida de 141%. Por outro lado, a Itália é o único país onde as rendas apresentaram uma diminuição de 1%.
As rendas em Portugal também têm registado aumentos significativos, com as maiores subidas a serem observadas na Estónia (218%), Lituânia (192%) e Hungria (125%). A Grécia é o único país da UE onde as rendas recuaram, com uma queda de 9%.
Recentemente, o Governo português apresentou um pacote legislativo que inclui a redução do IVA de 23% para 6%, além de benefícios fiscais para senhorios e inquilinos, com o objetivo de dinamizar o mercado de arrendamento. No entanto, estas medidas têm sido alvo de críticas, uma vez que muitos consideram que favorecem mais os proprietários do que os inquilinos. De acordo com cálculos da Ilya, enquanto os inquilinos poderiam poupar cerca de 200 euros, os senhorios poderiam ver os seus ganhos aumentados em cinco vezes.
Além disso, a garantia pública do Governo para jovens até 35 anos tem gerado controvérsia, sendo apontada como um fator que poderá estar a pressionar ainda mais os preços das casas num mercado já aquecido.
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Fonte: Sapo





