Os professores das escolas portuguesas destacam-se como um dos grupos mais satisfeitos com a sua profissão, de acordo com o mais recente inquérito internacional da OCDE, o TALIS 2024. Este estudo, que envolveu mais de 280 mil docentes de 55 sistemas educativos, revela que 94% dos professores em Portugal se dizem satisfeitos com o seu trabalho. Apesar deste elevado nível de satisfação, um dado preocupante surge: 27% dos professores jovens consideram abandonar a profissão nos próximos cinco anos, um valor superior à média da OCDE, que é de 20%.
O inquérito destaca que, embora a maioria dos docentes em Portugal tenha escolhido a docência como primeira opção de carreira, muitos enfrentam desafios que podem levar ao desencanto. Os investigadores alertam para a necessidade de uma gestão cuidadosa das turmas atribuídas aos professores mais jovens, que frequentemente são colocados em contextos educativos mais difíceis devido à priorização da antiguidade.
Além disso, o estudo revela que os professores mais jovens lidam com um maior número de alunos com dificuldades de aprendizagem, o que pode contribuir para a insatisfação e eventual saída da profissão. Entre os docentes portugueses, 26% relatam sofrer de stress elevado, comparado com uma média de 19% na OCDE, e 16% afirmam que o trabalho prejudica gravemente a sua saúde mental.
Outro ponto crítico identificado no inquérito é a insatisfação com os contratos de trabalho. Apenas 39% dos professores em Portugal estão satisfeitos com os termos do seu emprego, um número que contrasta com a média da OCDE, onde essa satisfação atinge 68%. Em relação aos salários, apenas 13% dos docentes portugueses consideram que são justos, enquanto a média da OCDE é de 39%.
A OCDE também sublinha a crescente falta de professores nas escolas a nível global, sugerindo que um maior reconhecimento social da profissão poderia ajudar a atrair e reter docentes qualificados. No entanto, apenas 9% dos professores em Portugal sentem que o seu trabalho é valorizado pela sociedade, um número que está muito abaixo da média de 22% na OCDE.
Dentro do ambiente escolar, a maioria dos professores acredita que é valorizada pelos alunos e pais, embora reconheçam que essa valorização é mais difícil em contextos socioeconómicos desfavorecidos. Além disso, apenas 4% afirmam que as suas opiniões são consideradas pelos responsáveis políticos, um número alarmantemente baixo.
Apesar destes desafios, a confiança entre colegas é alta, e a maioria dos professores sente que atinge os objetivos definidos nas áreas de ensino. Curiosamente, a percentagem de professores com menos de cinco anos de experiência que atingem esses objetivos é semelhante à dos professores mais experientes.
Em suma, enquanto os professores portugueses se destacam pela sua satisfação geral, os desafios enfrentados, especialmente pelos mais jovens, exigem atenção urgente para garantir a continuidade e qualidade da educação em Portugal. Leia também: O impacto da carga administrativa na satisfação dos professores.
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Fonte: Sapo





