A Fitch, agência de notação financeira americana, reafirmou os ratings da Fidelidade e da sua resseguradora, Fidelidade Re, atribuindo-lhes o Rating IFS (Insurer Financial Strength) A+ e o Rating IDR (Issuer Default Rating) A. Ambos os ratings apresentam um outlook estável, o que confirma a forte capacidade da seguradora em cumprir os seus compromissos financeiros.
Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, comentou que esta avaliação é um reflexo da consistência do percurso da empresa, que se baseia numa gestão financeira prudente, numa capitalização robusta e numa política de investimentos responsável. A Fidelidade é a única seguradora portuguesa a manter a notação mais elevada da Fitch, superando até mesmo a classificação da República Portuguesa, que é de A.
A Fitch justifica a manutenção dos ratings da Fidelidade com vários fatores. Primeiro, a seguradora é líder no mercado português, mantendo uma quota de mercado de 29% no final do primeiro semestre de 2025. Além disso, a Fidelidade apresenta uma diversificação geográfica significativa, com presença em mercados internacionais, especialmente na América Latina e em países da África Subsaariana. Contudo, a Fitch observa que o mercado segurador em Portugal é relativamente pequeno no contexto europeu, o que pode limitar a avaliação do perfil de negócio da empresa.
Outro aspecto relevante é a capitalização e alavancagem da Fidelidade, que se mantêm em níveis muito fortes. O rácio de solvência II consolidado estava em 194% no final do primeiro semestre de 2025, o mesmo que no final de 2024, e o indicador Prism subiu para “Extremely Strong”. A libertação gradual de capital, proveniente do encerramento da carteira com garantias fixas, e a redução da exposição a ativos de maior risco devem contribuir para reforçar a solvência da seguradora.
A qualidade dos ativos da Fidelidade também é um ponto destacado pela Fitch. O rácio de ativos de risco situou-se em 72% no final de 2024, refletindo uma melhoria nos indicadores de risco desde 2022, especialmente pela redução da exposição à dívida soberana portuguesa. A Fitch prevê que tanto o rácio de ativos de risco como a qualidade média de crédito da carteira de obrigações se mantenham estáveis e compatíveis com os ratings atuais.
A exposição da Fidelidade ao imobiliário comercial está em redução gradual, com uma carteira que inclui escritórios prime em Portugal e na Europa, totalizando 2,2 mil milhões de euros no final do primeiro semestre de 2025. O desempenho financeiro da seguradora manteve-se estável, com um retorno sobre o capital próprio de 7%, em linha com o ano anterior. A Fitch espera que o ROE anual de 2025 seja semelhante ao de 2024, prevendo uma melhoria no desempenho financeiro após 2025, impulsionada pelo controlo de custos e pela rentabilidade dos produtos não vida.
A Fitch avalia a Fidelidade de forma independente, considerando que o capital está bem protegido contra repatriação e que a continuidade das suas atividades seguradoras está garantida sob o regime de Solvência II. Esta abordagem é sustentada pela autonomia operacional e financeira do grupo em relação aos seus acionistas.
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Fonte: ECO
