Na passada semana, a AESE Business School foi palco de um debate enriquecedor sobre temas atuais, promovido pelo podcast “Puxar pela Cabeça”, da Amrop Portugal. Moderado por André Macedo, diretor do Jornal Económico, o evento contou com a participação de figuras proeminentes como Lúcia Azevedo, CEO do Lux Frágil, Adriana Cardoso, farmacêutica e professora universitária, Pedro Sampaio Nunes, consultor em questões europeias, e Fátima Vieira, vice-reitora da Universidade do Porto. Durante uma hora e meia, os convidados partilharam as suas visões sobre a política contemporânea e as utopias que moldam o futuro.
Um dos temas centrais do debate foi a detenção de Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, pela sua participação numa flotilha humanitária rumo a Gaza. Maria da Glória Ribeiro, moderadora do evento, destacou que este incidente exemplifica como a política pode ser manipulada para ganho de relevância. “Há um aproveitamento político de toda esta situação”, afirmou. A discussão acesa nas redes sociais, onde circulou uma petição para a deportação de Mortágua, levantou questões sobre o uso responsável das plataformas digitais. Adriana Cardoso enfatizou que, apesar de as redes sociais serem democráticas, é crucial utilizá-las de forma ética e respeitosa.
O envolvimento das novas gerações na política também foi abordado. Adriana Cardoso frisou que a falta de consulta aos jovens nas decisões políticas é um erro que pode ter consequências graves. “Se a minha geração acreditar que o processo político está à sua margem, há algo de muito errado”, alertou. Fátima Vieira, por sua vez, defendeu que as utopias são essenciais para o progresso social. “As grandes conquistas sociais começaram como utopias”, afirmou, referindo-se a avanços como a saúde e a educação.
Pedro Sampaio Nunes acrescentou que todos os partidos têm as suas utopias e que o humanismo não é exclusivo de um único lado político. Ele destacou a necessidade de abrir as portas do acesso à decisão política, permitindo que novas vozes e ideias possam emergir.
Este debate, que refletiu sobre a influência das redes sociais e a importância da participação cívica, sublinha a relevância das utopias na construção de um futuro mais justo e inclusivo. A discussão não só trouxe à tona questões prementes da atualidade, mas também serviu como um convite à reflexão sobre o papel de cada um na sociedade.
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Fonte: Sapo
