Os bancos da zona euro estão a operar num ambiente cada vez mais desafiante, conforme alertou o Banco Central Europeu (BCE). As tensões geopolíticas e comerciais têm um impacto significativo na capacidade dos bancos de apoiar a economia real. Claudia Buch, presidente do Conselho de Supervisão do BCE, destacou a necessidade de um quadro institucional robusto e de avaliações de risco cuidadosas para garantir a resiliência do setor.
Durante uma audição na comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, Buch referiu que, num cenário adverso, o crédito malparado poderia subir para 5,8%, um nível não visto desde 2014. Atualmente, os créditos não produtivos situam-se em cerca de 2%, mas as perdas agregadas poderiam ascender a 628 mil milhões de euros, um aumento significativo em relação ao teste de esforço anterior.
As tensões geopolíticas que afetam os bancos da zona euro incluem a rivalidade entre os Estados Unidos e a China, os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente, bem como a fragmentação das cadeias globais de valor. Estas questões criam um ambiente de incerteza que pode levar a uma diminuição da confiança do mercado e a um crescimento mais lento.
Claudia Buch apelou à vigilância e prudência por parte dos bancos, sublinhando que a estabilidade financeira é crucial para proteger os depositantes e evitar a necessidade de resgates públicos. A UE está a trabalhar na reforma do seu quadro de gestão de crises e de garantia de depósitos, com o objetivo de reforçar a proteção dos depositantes.
A responsável enfatizou que a harmonização das regras nacionais é fundamental para melhorar a integração e aumentar a eficiência do sistema bancário. Um quadro de gestão de crises mais credível pode tornar as crises potenciais menos prováveis e menos onerosas.
O teste de esforço realizado pelo BCE abrangeu 96 bancos da zona euro, revelando uma rentabilidade robusta que proporciona uma reserva contra as perdas. No entanto, a presidente do BCE alertou para os potenciais impactos das tensões geopolíticas elevadas, que exigem uma preparação adequada para crises futuras.
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Fonte: ECO





