O conceito de euro digital está a ganhar cada vez mais destaque na Europa, à medida que o Banco Central Europeu (BCE) e os responsáveis políticos da União Europeia trabalham na sua implementação. Esta nova forma de dinheiro pretende complementar o dinheiro físico, oferecendo aos cidadãos uma alternativa digital para os seus pagamentos. Mas o que é que os consumidores realmente esperam do euro digital?
Uma recente pesquisa realizada pela BEUC, Euroconsumers e ICRT, que envolveu mais de 10 mil consumidores de 10 países da zona euro, revela que a segurança, a fiabilidade e a facilidade de uso são as principais preocupações dos europeus. De acordo com os dados, 60% das transações com cartões de crédito são feitas fora da Europa, e um em cada cinco consumidores já se deparou com fraudes em pagamentos digitais nos últimos cinco anos.
Os resultados do inquérito mostram que 58% dos adultos e 49% dos adolescentes já ouviram falar do euro digital, mas apenas 11% e 9%, respetivamente, se sentem informados sobre o seu funcionamento. A segurança é uma prioridade, com 22% dos adultos e 18% dos adolescentes a reportarem experiências de fraude ou violações de segurança em pagamentos digitais.
Além disso, 85% dos inquiridos consideram essencial que o dinheiro continue a ser uma forma de pagamento amplamente aceite. A pesquisa também indica que 55% dos utilizadores de pagamentos digitais enfrentam dificuldades, que vão desde erros técnicos até preocupações com a segurança e falta de competências.
Os consumidores expressaram a necessidade de que o euro digital, se implementado, inclua características como segurança, privacidade, rapidez e, acima de tudo, que seja gratuito. A inclusão financeira é uma preocupação significativa, com 85% dos participantes a acreditar que todos deveriam ter acesso a uma conta bancária básica sem custos.
O euro digital, se emitido pelo BCE, poderá proporcionar um método de pagamento digital público que coexiste com o dinheiro físico, assegurando a autonomia e a estabilidade em tempos de incerteza geopolítica. A DECO, uma das organizações que participou na pesquisa, continuará a monitorar a evolução deste projeto, defendendo que a nova moeda europeia deve respeitar os direitos dos consumidores, garantindo a privacidade e a segurança dos dados.
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Fonte: Sapo





