As recentes eleições autárquicas em Portugal, que permitiram aos cidadãos escolher 308 presidentes de câmara e 2.058 mandatos de vereação, trouxeram à luz um panorama político diversificado. Os resultados, embora com algumas nuances, delinearam claramente os vencedores e derrotados da noite eleitoral, revelando as dinâmicas de poder local.
Entre os vencedores, Luís Montenegro, líder do PSD, destacou-se como uma figura central. O seu partido conseguiu mais presidências de câmara e freguesias do que o PS, o que lhe conferiu uma posição de força na Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). Montenegro sublinhou que o PSD obteve uma “vitória histórica nos cinco maiores concelhos do país”, reforçando a sua influência no poder local.
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, também celebrou a sua reeleição, apesar de não ter conseguido a tão desejada maioria absoluta. O seu mandato foi marcado por desafios significativos, incluindo a crise da habitação e a tragédia que afetou o centro histórico da cidade. No seu discurso, Moedas apelou à responsabilidade da oposição, enfatizando a necessidade de colocar os interesses de Lisboa em primeiro lugar.
Pedro Duarte, que sucedeu a Rui Moreira na Câmara do Porto, teve uma vitória apertada, com apenas 2.008 votos a separá-lo do seu adversário socialista, Manuel Pizarro. A sua eleição promete ser desafiadora, dado que a câmara está dividida entre várias forças políticas.
Por outro lado, os derrotados da noite incluem José Luís Carneiro, líder do PS, que reconheceu que o partido ficou com menos câmaras e freguesias do que o PSD. Apesar de tentar minimizar a situação, a realidade é que o PS falhou em conquistar Lisboa e Porto, perdendo assim a liderança no mapa autárquico.
Alexandra Leitão, que liderou uma coligação de esquerda, também não conseguiu reverter a derrota em Lisboa, onde Carlos Moedas saiu vitorioso. A diferença de votos foi significativa, o que demonstra a dificuldade que a coligação enfrentou na capital.
Manuel Pizarro, ex-ministro da Saúde, viu a sua candidatura à Câmara do Porto terminar em mais uma derrota, apesar de ter vencido em algumas freguesias. A sua ambição não se traduziu em sucesso nas urnas, levantando questões sobre o futuro da sua carreira política.
André Ventura, do Chega, celebrou a conquista de três câmaras, mas admitiu que as expectativas eram mais altas. O partido, que se destacou nas últimas legislativas, viu a sua ambição de derrotar o bipartidarismo não concretizada, embora tenha quadruplicado os resultados em comparação com 2021.
Finalmente, a CDU também sofreu uma queda significativa, passando de 19 para 12 câmaras e perdendo as capitais de distrito de Évora e Setúbal. O líder Paulo Raimundo reconheceu o “resultado negativo”, mas afirmou que a CDU continua a ser uma força relevante no cenário autárquico.
As eleições autárquicas em Portugal revelaram um cenário político em transformação, com novas alianças e desafios à vista. Leia também: “Impacto das eleições autárquicas na política nacional”.
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Fonte: ECO





