O Brasil anunciou uma nova iniciativa para promover um compromisso global que visa quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035. Esta proposta surge a menos de um mês da conferência da ONU sobre o clima, a COP30, que se realizará na cidade de Belém, na Amazónia.
João Marcos Paes Leme, diretor de Energia do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, explicou que o objetivo é criar um documento que funcione como um sinal político da urgência em substituir os combustíveis fósseis. A proposta foi apresentada durante a Pré-COP30, um evento preparatório que reúne delegações de 67 países, com o intuito de discutir estratégias para enfrentar as alterações climáticas.
O compromisso, denominado “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis” ou “Belém 4x”, deverá ser assinado durante a cimeira dos líderes, marcada para os dias 6 e 7 de novembro, antes do início da COP30 a 10 de novembro. O Brasil está a negociar este documento com países como Índia, Itália e Japão, com a intenção de publicá-lo nos próximos dias.
A proposta visa incentivar a adoção de fontes de energia limpas e sustentáveis, como hidrogénio, biocombustíveis e combustíveis sintéticos, que possam substituir os combustíveis fósseis. Esta iniciativa é parte de um esforço global para descarbonizar os sistemas energéticos e combater as mudanças climáticas.
A COP30, que se aproxima, terá como um dos principais tópicos o financiamento para o combate às alterações climáticas, especialmente em países mais vulneráveis. Além disso, espera-se que várias nações apresentem as suas metas de redução de emissões, conhecidas como NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas), que são um compromisso do Acordo de Paris.
Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia de Portugal, esteve presente na Pré-COP30 e destacou a importância de adaptar as negociações às realidades das alterações climáticas. Segundo a ministra, o tema da adaptação já é uma prioridade nas discussões, dado que os impactos das mudanças climáticas, como secas e inundações, são cada vez mais evidentes.
A ministra sublinhou a necessidade de minimizar os impactos das alterações climáticas e a importância de ter dados de qualidade para fundamentar as decisões. O financiamento para a adaptação continua a ser um ponto sensível nas negociações, com discussões em curso sobre a inclusão deste tema no pacote de 1,3 biliões de dólares acordado na COP29.
Portugal tem assumido um papel ativo nas negociações sobre a adaptação climática, coordenando um grupo de trabalho na Pré-COP30. A ministra enfatizou que é crucial olhar para casos concretos e encontrar soluções eficazes para enfrentar os desafios impostos pelas alterações climáticas.
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Fonte: Sapo
