O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, anunciou que irá propor à Comissão Política Nacional do partido a abstenção na votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026). Esta proposta será discutida numa reunião que terá lugar esta terça-feira à noite na sede do PS, em Lisboa. A decisão surge após Carneiro ter consultado o grupo parlamentar sobre a proposta orçamental que foi apresentada pelo Governo na Assembleia da República na semana passada.
Durante a entrega da proposta, que ocorreu no contexto da campanha para as autárquicas, José Luís Carneiro já tinha manifestado a sua intenção de viabilizar o OE2026. O líder do PS afirmou que pretende “contribuir para a estabilidade política”, uma promessa que fez aos cidadãos. Esta abordagem reflete a preocupação do partido em manter um ambiente político estável, especialmente após os resultados das recentes eleições autárquicas.
Em um comício realizado em Braga, Carneiro reiterou a sua posição, sublinhando a importância de aumentar as pensões mais baixas de forma “duradoura e estrutural”. A reunião de hoje não servirá apenas para discutir a abstenção no OE2026, mas também para analisar os resultados das eleições autárquicas, onde o PS perdeu a sua posição como principal força autárquica em Portugal. O partido conquistou a presidência de 128 câmaras, uma queda significativa em relação às 149 câmaras que detinha em 2021.
A perda de influência do PS nas autarquias resultou na transferência da liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para o PSD. Além disso, o partido não conseguiu alcançar os seus objetivos de conquistar as câmaras de Lisboa e Porto, o que levanta questões sobre a sua estratégia política para o futuro.
A proposta de abstenção no OE2026 é, portanto, um passo estratégico do PS para tentar recuperar a confiança dos eleitores e reafirmar o seu compromisso com a estabilidade política. A discussão sobre o Orçamento do Estado para 2026 será um momento crucial para o partido, que se vê agora numa posição de reflexão após os resultados eleitorais.
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Fonte: ECO
