O presidente do Chega, André Ventura, não poupou críticas ao Partido Socialista (PS) esta quarta-feira, acusando-o de ser um “partido vendido” por ter decidido abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado para 2026. Esta decisão dos socialistas permitirá a aprovação do orçamento, o que, segundo Ventura, revela uma falta de compromisso com as causas que realmente importam aos cidadãos.
Em declarações à imprensa na Assembleia da República, após uma reunião com o seu “governo-sombra”, o líder do Chega reafirmou que o seu partido não está disposto a “vender” o apoio orçamental por motivos táticos ou políticos. “O voto não é para ser vendido, nem cedido, nem transacionado. O que nos move são as causas”, sublinhou Ventura, destacando a importância de um orçamento que atenda às aspirações da população.
André Ventura criticou ainda o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, afirmando que este quer que o orçamento seja aprovado rapidamente para que a questão desapareça do debate político. “O país exige causas, não é o taticismo político que deve prevalecer”, defendeu. O líder do Chega anunciou que o seu partido irá “exigir e negociar” o Orçamento do Estado 2026, enfatizando a necessidade de uma descida de impostos e de um aumento da dotação orçamental para áreas como a segurança e a corrupção.
Além disso, Ventura fez um apelo à reforma do Estado, que considera essencial e que, segundo ele, está aquém do que foi prometido. O Chega também pretende focar-se em medidas para combater a crise na habitação e aumentar os apoios a ex-combatentes.
O líder do Chega revelou que deu instruções aos autarcas eleitos pelo partido para que comecem a fazer um levantamento dos subsídios sociais pagos a minorias que não trabalham, defendendo que esta “revolução” deve acontecer também no Orçamento do Estado.
Por outro lado, José Luís Carneiro anunciou uma “abstenção exigente” do PS em relação ao Orçamento do Estado 2026, com o objetivo de garantir a estabilidade política do país, apesar de criticar a proposta orçamental do Governo. Esta decisão foi comunicada após uma reunião da Comissão Política Nacional do PS, que teve lugar na madrugada de quarta-feira.
Leia também: O impacto da abstenção do PS no Orçamento do Estado 2026.
Orçamento do Estado 2026 Orçamento do Estado 2026 Nota: análise relacionada com Orçamento do Estado 2026.
Leia também: Portugal investe 50 milhões em armamento para a Ucrânia
Fonte: ECO
