O Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que está ligeiramente mais pessimista do que o Governo português em relação ao saldo das contas públicas. Apesar disso, a instituição mantém a previsão de que o país só regresse aos défices orçamentais a partir de 2027. Este cenário contrasta com as expectativas de várias instituições económicas que antecipam a ocorrência de défices já no próximo ano.
De acordo com o relatório de atualização das perspetivas orçamentais, o FMI projeta um excedente de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e um saldo nulo para 2025. Em comparação, o Governo, no Orçamento do Estado para 2026, mantém a previsão de um excedente de 0,3% para este ano e de 0,1% para o próximo.
As novas previsões do FMI representam uma revisão em baixa de 0,3 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente, em relação ao que foi estimado em abril. Para este ano, a previsão do FMI alinha-se com a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), enquanto a Comissão Europeia espera um excedente de 0,1%. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) prevê um saldo nulo e o Banco de Portugal calcula um excedente de 0,1%.
Para 2026, o FMI é o único a não prever um défice orçamental, enquanto as restantes instituições esperam défices que variam entre 0,3% e 1%. O CFP e a Comissão Europeia apontam para um défice de 0,6%. O FMI só admite um cenário de saldo negativo em 2027, prevendo um défice de 0,2% que deverá aumentar progressivamente até 0,9% em 2030.
No que diz respeito à dívida pública, o FMI estima uma redução para 90,9% do PIB este ano e para 86,9% em 2026, com uma diminuição gradual até 77,4% em 2030. O Executivo português, por sua vez, prevê que o rácio de dívida pública desça de 93,6% em 2024 para 90,2% em 2025 e para 87,8% em 2026.
As previsões do FMI para este ano baseiam-se nas premissas do Orçamento do Estado para 2025 e nas políticas invariantes, não incorporando ainda os dados do Orçamento para o próximo ano, que foi apresentado pelo Governo no Parlamento na semana passada. A instituição liderada por Kristalina Georgieva antecipa um crescimento da economia portuguesa de 1,9% para este ano e de 2,3% em 2026.
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Fonte: ECO





