O atraso político da União Europeia tem gerado preocupações sobre o futuro de Portugal e a sua posição no cenário global. Com uma nova ordem mundial a emergir, é crucial que o país e os seus líderes reflitam sobre o que desejam para 2050. Os partidos políticos, muitas vezes focados em lutas internas e na gestão de expectativas imediatas, precisam de uma visão mais ampla.
Os Estados Unidos, embora sejam a maior potência económica do mundo, têm demonstrado um comportamento egoísta que prejudica o resto do planeta. O crescimento global do PIB tem sido fraco, e a polarização política nos EUA pode levar a mudanças bruscas que afetam a estabilidade das relações internacionais. Portugal, por sua vez, não pode contar com um parceiro tão volátil e deve começar a pensar no seu futuro sem a dependência excessiva dos EUA.
A nossa relação com a União Europeia é igualmente complexa. Desde que aderimos há 40 anos, o país beneficiou de várias políticas e apoios, mas a regra da unanimidade tem dificultado a tomada de decisões eficazes. O atraso político da União Europeia, especialmente em questões económicas e monetárias, tem alimentado rivalidades internas que prejudicam o bloco como um todo. A falta de uma visão comum tem criado um vácuo de liderança, permitindo que particularismos nacionais ganhem força.
É urgente que a Europa defina um modelo de governação mais integrado para promover riqueza e bem-estar. Caso contrário, a questão que se coloca é como Portugal pode traçar um futuro ambicioso num cenário de declínio da União Europeia. Apesar de 40 anos de integração, o PIB per capita de Portugal continua abaixo da média europeia, o que evidencia a necessidade de uma mudança de paradigma.
Enquanto isso, a Ásia continua a avançar, apresentando resultados significativos na redução da pobreza, mesmo em sistemas que não são exemplos de democracia. Na Europa, a promessa de um Green Deal transformou-se numa estratégia de rearmamento, e as promessas de erradicação da pobreza até 2050 parecem cada vez mais distantes. Para que Portugal possa prosperar, é essencial que o país aposte na diversificação, reduzindo a dependência de parceiros instáveis.
A realidade é que a Europa enfrenta desafios significativos, e a falta de compromisso em abordar as suas responsabilidades pode levar a um futuro incerto. Portugal deve, assim, assumir um papel ativo na construção de um futuro que valorize o trabalho e a criação de riqueza. A diversificação em todas as áreas é a chave para reduzir as dependências geopolíticas e comerciais.
Em suma, o atraso político da União Europeia não deve ser um impedimento para que Portugal procure novas oportunidades. O país tem um ADN de resiliência e adaptação, e é fundamental que os portugueses se unam em torno de uma visão comum para 2050. Leia também: O papel de Portugal na nova ordem mundial.
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Fonte: Sapo





