Repensar o poder americano: do veto à construção de valor

Durante mais de setenta anos, os Estados Unidos têm utilizado o veto no Conselho de Segurança da ONU como um apoio incondicional a Israel. Este comportamento, que se intensificou durante a Guerra Fria e foi moldado por pressões internas, tem prejudicado a credibilidade americana e afastado muitos países do Sul Global. Repensar este padrão não implica abandonar Israel, mas sim amadurecer a aliança, substituindo a lealdade cega por uma parceria que promova a responsabilidade mútua e o compromisso com a paz.

O atual contexto, marcado por crises interligadas e o surgimento de novos centros de poder, exige que Washington mude a sua estratégia. Em vez de continuar com a diplomacia do veto a favor de Israel, é crucial que os EUA adotem uma diplomacia que invista na Palestina. Este novo enfoque deve centrar-se na reconstrução, estabilização e criação de prosperidade partilhada.

No que diz respeito a Gaza, esta nova abordagem deve ir além de meras promessas de reconstrução. A verdadeira transformação requer que a Palestina tenha acesso aos seus recursos naturais, especialmente ao gás na costa do Mediterrâneo. Permitir que os palestinos explorem esta riqueza não é apenas uma questão de justiça económica, mas também de estabilidade geopolítica. A receita gerada poderia financiar a reconstrução, criar empregos e proporcionar dignidade a milhões, ao mesmo tempo que ajudaria a diversificar o fornecimento energético da Europa, atualmente vulnerável.

A paz duradoura não se alcança apenas através de um cessar-fogo. É fundamental construir uma economia viável, pois uma população dependente e desempregada é um terreno fértil para o extremismo. Em contrapartida, uma população com oportunidades e rendimentos torna-se um pilar de estabilidade. Para isso, é essencial garantir o acesso aos recursos naturais palestinos sob supervisão internacional, com segurança jurídica e garantias multilaterais. Esta abordagem é a única forma de fazer com que o Plano de Trump funcione de maneira eficaz.

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Esta visão exige uma mudança significativa na postura dos Estados Unidos: menos veto e mais visão; menos coerção e mais coerência. O governo atual tem a oportunidade de demonstrar que apoiar Israel não significa endossar todas as suas ações, mas sim ajudá-lo a encontrar a segurança que provém da paz e não da dominação.

A verdadeira força de uma superpotência não reside apenas na capacidade de impor, mas também na habilidade de inspirar confiança e construir um futuro. Ao alinhar poder e princípios, os Estados Unidos podem recuperar parte do prestígio perdido e liderar através da razão, não da força, transformando o veto em valor e o conflito em esperança.

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Fonte: Sapo

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