Os trabalhadores da Tabaqueira, uma das principais indústrias tabageiras em Portugal, expressam preocupações crescentes face às novas propostas da Organização Mundial da Saúde (OMS). O SINDEL – Sindicato Nacional da Indústria e da Energia – alerta que estas medidas podem colocar em risco milhares de postos de trabalho e a economia nacional. O sindicato apela ao Governo para que tome uma posição clara e pública sobre a situação.
As recomendações que estão a ser discutidas para a 11.ª Conferência das Partes (COP11) da Convenção-Quadro da OMS para o Controlo do Tabaco incluem a proibição da venda de tabaco em estabelecimentos como bombas de gasolina e papelarias, bem como a proibição de filtros. O SINDEL considera que estas propostas representam uma ameaça direta não só à Tabaqueira, mas também a toda a cadeia de valor associada ao setor.
“Estamos a falar de medidas que, se forem implementadas, podem resultar na perda de postos de trabalho que afetam milhares de famílias e comprometem o futuro de uma das maiores indústrias exportadoras do país”, sublinha o sindicato. A Tabaqueira, localizada em Albarraque, emprega diretamente cerca de 1.500 trabalhadores e gera mais de 3.000 empregos indiretos através de fornecedores e distribuidores.
Além do impacto no emprego, a Tabaqueira é responsável por mais de 80% da sua produção destinada a mercados internacionais, contribuindo anualmente com centenas de milhões de euros em impostos para o Estado português. O SINDEL destaca que as propostas da OMS podem afetar não apenas os trabalhadores da Tabaqueira, mas também os transportadores, distribuidores e pequenos comerciantes que dependem das vendas legais de tabaco.
“O que a OMS está a propor é incompreensível. Querem proibir o lucro num setor que é legal, que paga impostos e que garante milhares de empregos. Isto é um ataque direto aos trabalhadores e à economia portuguesa”, afirma o sindicato. O SINDEL apela ao Governo português que defenda urgentemente os interesses nacionais na COP11 e que não aceite medidas que possam ameaçar um setor que tem cumprido as suas obrigações e investido na inovação.
O sindicato também solicita à Tabaqueira que envolva os representantes dos trabalhadores neste debate, garantindo a defesa dos postos de trabalho e da produção em Portugal. “Portugal não pode ser penalizado por políticas internacionais que ignoram a realidade económica e social dos países produtores. O futuro da indústria e de milhares de famílias não pode ser decidido sem ouvir quem trabalha todos os dias”, conclui o SINDEL.
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Fonte: Sapo





