As seguradoras enfrentam um novo ano repleto de incertezas, com a inflação a destacar-se como uma das principais preocupações macroeconómicas. Esta conclusão resulta do 14.º Relatório Anual Global sobre seguros da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo.
De acordo com o relatório, 63% das seguradoras identificam a inflação como o maior risco, enquanto apenas 12% planeiam aumentar a sua exposição ao risco. Apesar da cautela, os mercados privados continuam a ganhar relevância, com 30% das seguradoras a preverem aumentar as suas alocações e 58% a manterem os níveis atuais. Além disso, 85% das seguradoras estão a considerar a transição para modelos de gestão de ativos mais flexíveis.
As prioridades de gestão de capital incluem o uso de sidecars de resseguro (67%), o aumento do capital de terceiros (54%) e o fortalecimento das capacidades cativas (53%). No que diz respeito a investimentos em tecnologia, 74% das seguradoras estão a focar-se em software relacionado com inteligência artificial, enquanto 70% priorizam a gestão de carteiras e riscos.
O relatório, que inquiriu 463 profissionais de investimento sénior em 33 mercados, representa ativos sob gestão que totalizam 23 biliões de dólares. Embora o apetite ao risco continue a ser baixo, as alocações em mercados privados estão a aumentar. Quase um terço das seguradoras espera aumentar as suas alocações privadas este ano, evidenciando uma mudança estrutural em direção a este segmento.
As oportunidades mais mencionadas incluem crédito privado, infraestruturas e estratégias multi-alternativas. Por outro lado, os mercados públicos continuam a ser fundamentais, com 73% das seguradoras a planearem manter as suas alocações e 21% a considerarem aumentá-las.
André Themudo, diretor de negócios da BlackRock em Portugal, afirma que “a história de 2025 é de cautela em meio à volatilidade, mas também de convicção nas oportunidades de longo prazo que os mercados privados podem oferecer”. Ele acrescenta que as seguradoras estão a navegar este ambiente com disciplina, adotando novos modelos operacionais e tecnologias para fortalecer as suas carteiras.
O relatório sublinha que as seguradoras não estão apenas a lidar com a volatilidade do mercado, mas também a posicionar-se para uma competitividade a longo prazo. Muitas estão a repensar as suas estratégias de investimento e modelos operacionais, com o crédito privado e as infraestruturas a serem ferramentas cruciais.
Charles Hatami, Diretor Global do Grupo de Investidores Financeiros e Estratégicos da BlackRock, destaca que “as seguradoras são alocadoras sofisticadas nos mercados públicos e privados, operando num ambiente altamente competitivo e regulamentado”. Ele salienta a transformação acelerada, especialmente entre as seguradoras de vida, que estão a aplicar capital privado a longo prazo, particularmente em áreas como o crédito privado e infraestruturas.
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Fonte: Sapo





