A Ryanair expressou hoje a sua indignação face às longas filas que os passageiros enfrentam no aeroporto de Lisboa, especialmente ao passarem pela fronteira. A companhia aérea irlandesa exige ao Governo português que tome medidas para resolver esta situação, sugerindo a contratação de mais agentes e a operação contínua de todos os portões eletrónicos.
“Temos registado atrasos de até duas horas e meia em Lisboa”, afirmou Jade Kirwan, diretora de comunicação da Ryanair, ao Jornal Económico. “É inaceitável que os passageiros demorem tanto tempo a sair do aeroporto quanto o tempo que passaram nos voos. É absurdo.”
Quando questionada sobre se as novas regras para os passaportes europeus estão a complicar a entrada no país, Kirwan considera que este argumento é apenas uma “desculpa” para minimizar os danos à reputação do país. As filas no aeroporto de Lisboa têm sido amplamente partilhadas nas redes sociais, prejudicando a imagem de Portugal como destino turístico.
“Já era previsível a implementação das mudanças no sistema EES (Entry/Exit System). Por que não foi feito um melhor planeamento? Se é necessário mais pessoal no aeroporto, não deveria ser responsabilidade das companhias aéreas exigir que o problema fosse resolvido?”, questionou. Kirwan sublinha que, embora haja um período de transição de seis meses, a falta de pessoal na fronteira é o verdadeiro problema, uma vez que outros países europeus estão a gerir bem a transição.
A Ryanair opera em 230 aeroportos por toda a Europa e garante que “este problema não se verifica em mais lado nenhum”. Embora existam atrasos pontuais, não há filas sistemáticas de duas horas e meia como as que se têm verificado em Lisboa. Kirwan alerta para os “danos na reputação de Portugal como destino turístico”, citando que, em férias curtas, poucos optarão por esperar três horas em Lisboa quando podem ter uma experiência mais rápida em Madrid ou Barcelona.
As autoridades têm conhecimento dos voos programados com um ano de antecedência e, portanto, deveriam ser capazes de prever o tráfego de entrada e saída. “A razão para estas demoras é a falta de agentes suficientes para gerir o tráfego. É possível prever com antecedência a quantidade de pessoas que chegarão e quantos agentes são necessários”, explicou.
Além disso, a operadora destaca a importância de os portões eletrónicos estarem sempre em funcionamento. “É fundamental que funcionem todos os dias, 24 horas por dia, para aliviar a pressão. Os portões não podem operar sem supervisão, mas é necessário reduzir o número de agentes por máquina automática para que o fluxo seja mais rápido”, acrescentou.
Dada a gravidade da situação, Kirwan apela ao Governo para garantir melhorias e evitar que se repitam estes problemas, especialmente com a aproximação do próximo verão. A Ryanair já havia alertado para esta questão em junho, mas a situação não melhorou.
Lisboa tem uma vantagem em relação a outros aeroportos, uma vez que o processamento dos passageiros ocorre no Terminal 1, o que deveria facilitar a gestão do tráfego. No entanto, os passageiros continuam a enfrentar filas longas, com esperas de até duas horas e meia para o controlo de passagens, agravadas pelo encerramento do canal para o controlo de bens extra-UE.
A executiva também expressou preocupação com o aumento do tráfego devido às férias escolares no norte da Europa, que se aproxima. “Estamos preocupados com o aumento do número de famílias a viajar”, disse.
Kirwan tem mantido conversações com a ANA – Aeroportos de Portugal sobre a situação. “A responsabilidade está agora do lado deles para tomarem as medidas corretivas necessárias”, concluiu. Para a Ryanair, a solução passa pela operação eficaz dos portões eletrónicos e pela presença de um número adequado de agentes.
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Fonte: Sapo





