A presidência dinamarquesa da União Europeia (UE) anunciou um novo acordo entre os Estados-membros para endurecer as sanções à Rússia, especificamente no que diz respeito ao petróleo e gás. Este 19.º pacote de medidas visa privar o Kremlin de recursos financeiros utilizados na guerra contra a Ucrânia. Além disso, o Tesouro dos EUA também anunciou novas sanções, com foco nas grandes petrolíferas russas, Lukoil e Rosneft.
Uma das principais medidas do pacote da UE é a suspensão total das importações de gás natural liquefeito (GNL) russo até ao final de 2026, antecipando-se assim um ano em relação ao plano inicial. Este passo é visto como uma forma de reduzir a dependência da Europa em relação ao gás russo, que ainda representa cerca de 13% das importações da UE, avaliadas em mais de 15 mil milhões de euros anuais.
O novo pacote de sanções à Rússia também inclui medidas contra a frota ‘fantasma’ de petroleiros que Moscovo utiliza para contornar as sanções ocidentais. A lista de embarcações sancionadas aumentou para 558, mais 117 do que anteriormente. A presidência ucraniana saudou o acordo, considerando-o “boas notícias de Bruxelas”. Andriy Yermak, chefe do Presidente ucraniano, afirmou que as propostas ucranianas foram amplamente aceites, sublinhando a importância de reduzir o financiamento da máquina de guerra russa.
Além das sanções à Rússia, Washington também está a intensificar as suas medidas, focando-se em Lukoil e Rosneft, que são vistas como fundamentais para o financiamento do Kremlin. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, destacou a necessidade urgente de um cessar-fogo e a importância de interromper a violência.
Os líderes da UE reúnem-se esta quinta-feira em Bruxelas para discutir o apoio à Ucrânia, com a presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. As expectativas para um avanço rumo a um cessar-fogo são baixas, mas a reunião deverá abordar a utilização de fundos russos imobilizados na UE para um novo empréstimo de reparações.
Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, as importações de petróleo da Rússia caíram para menos de 3%. Contudo, a frota ‘fantasma’ russa, que inclui entre 600 e 1.400 embarcações, permite à Rússia continuar a exportar petróleo, gerando receitas significativas para o seu orçamento. Emmanuel Macron, presidente francês, afirmou que o comércio de petróleo associado a esta frota representa mais de 30 mil milhões de euros, contribuindo para o esforço de guerra da Rússia.
O novo pacote de sanções à Rússia também visa empresas de países terceiros, incluindo 12 na China e três na Índia, que ajudam a Rússia a contornar as restrições ocidentais. Além disso, cinco bancos em Hong Kong, Paraguai e Tajiquistão foram sancionados. As viagens de diplomatas russos acreditados na UE para outros Estados-membros também serão restringidas.
De acordo com as conclusões da cimeira, os líderes da UE deverão solicitar à Comissão Europeia que apresente propostas concretas para utilizar os ativos russos imobilizados, em conformidade com o direito da UE e internacional. A expectativa é que uma proposta sólida seja apresentada em novembro, com a aprovação dos líderes da UE prevista para dezembro.
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sanções à Rússia Nota: análise relacionada com sanções à Rússia.
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Fonte: ECO





