Desafios da poupança de longo prazo em Portugal

O setor segurador em Portugal, apesar de bem desenvolvido, enfrenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito à promoção da poupança de longo prazo. Esta foi a mensagem central de Gabriel Bernardino, o novo presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), durante a 6ª Conferência Anual ECOseguros, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Bernardino sublinhou que os portugueses são, por natureza, um público de aforradores, mas não têm a mesma predisposição para a poupança de longo prazo. Para ele, esta inércia representa um verdadeiro flagelo que precisa de ser combatido. O presidente da ASF defendeu a necessidade de uma mudança estratégica na forma como os cidadãos encaram a poupança, sugerindo que o setor segurador deve criar produtos que sejam não apenas acessíveis, mas também fáceis de entender e subscrever. O objetivo é incentivar os portugueses a aderirem à poupança de longo prazo como uma forma de complementar as suas reformas.

Além da poupança de longo prazo, Bernardino abordou a crescente relevância dos seguros de saúde, especialmente face às dificuldades de acesso ao Serviço Nacional de Saúde. Este segmento tem mostrado um crescimento significativo, mas o regulador enfatizou que a inovação é crucial. O futuro do setor, segundo Bernardino, passa pela reconfiguração da oferta de serviços, incluindo a criação de seguros de saúde de longo prazo com prémios nivelados, bem como pela implementação de inteligência artificial para mitigar riscos de saúde.

Outro ponto importante na sua intervenção foi a proposta de um fundo contra catástrofes naturais. Bernardino destacou a necessidade de um mecanismo de proteção que envolva o setor segurador, com o Estado a atuar como garante. Este fundo, que agora é visto de forma mais abrangente do que o anteriormente discutido fundo sísmico, visa evitar falências e endividamento, além de incentivar a adoção de medidas preventivas.

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Por fim, o presidente da ASF referiu-se à diretiva de Solvência II, que prevê uma supervisão mais ajustada e um alívio significativo de capital para o setor. Bernardino argumentou que este capital deve ser encarado como uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento do setor segurador.

A mensagem de Bernardino é clara: é fundamental que o setor segurador em Portugal se adapte e promova a poupança de longo prazo, não apenas como uma necessidade, mas como uma oportunidade para o futuro financeiro dos portugueses. Leia também: A importância da educação financeira na poupança.

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Fonte: ECO

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