A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tem levado a um aumento significativo das exportações chinesas para o Sudeste Asiático, especialmente no que diz respeito aos bens intermédios. Esta informação é avançada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no seu mais recente relatório regional sobre a Ásia-Pacífico.
De acordo com o FMI, as tensões comerciais com os EUA têm contribuído para um crescimento do comércio intrarregional. A proporção das exportações chinesas destinadas aos Estados Unidos tem vindo a diminuir, numa tendência de diversificação que começou em 2018. Os parceiros asiáticos, por sua vez, estão a ganhar cada vez mais relevância neste contexto. O relatório destaca que esta mudança reflete, em grande parte, uma reorientação das exportações de bens intermédios para os países da ASEAN, onde esses produtos são posteriormente processados.
Os dados da Administração-Geral das Alfândegas da China revelam um aumento homólogo de 14,7% nas exportações chinesas para a região em setembro. Este crescimento é um indicativo claro de como a guerra comercial está a moldar as dinâmicas comerciais na Ásia.
Além disso, o FMI prevê um crescimento conjunto de 4,3% das economias da ASEAN até 2025. Esta previsão é três décimas superior à estimativa anterior, sendo impulsionada pela redução das tarifas aduaneiras, uma maior procura externa e condições financeiras mais favoráveis. Entre as economias do Sudeste Asiático, espera-se que a Indonésia cresça 4,9%, o Vietname 6,5%, as Filipinas 5,4%, Singapura 2,2% e a Tailândia 2%.
Os países da região, que têm economias fortemente orientadas para as exportações, enfrentam tarifas norte-americanas que variam entre 10% para Singapura e 40% para o Camboja, que mantém laços comerciais estreitos com a China. Alguns membros da ASEAN, como o Vietname e a Indonésia, já firmaram acordos comerciais com os Estados Unidos, enquanto outros, como a Malásia, estão em negociações para um possível acordo que poderá ser assinado durante a cimeira da ASEAN, que terá lugar em Kuala Lumpur entre 26 e 28 de outubro, com a presença do Presidente norte-americano, Donald Trump.
O FMI também salienta a “integração relativa” e a “abertura comercial” da ASEAN, além do dinamismo do investimento direto estrangeiro na região. Os anúncios de novos projetos sugerem que as empresas continuam a procurar diversificar as suas cadeias de abastecimento, uma estratégia que se torna cada vez mais relevante no atual cenário económico global.
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exportações chinesas exportações chinesas Nota: análise relacionada com exportações chinesas.
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Fonte: Sapo





