A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) expressou a sua preocupação ao Governo sobre o possível colapso do aeroporto de Lisboa, o Aeroporto Humberto Delgado, devido à implementação do novo Sistema Europeu de Controlo de Entradas e Saídas (EES). Este sistema, que entrou em vigor recentemente, visa aumentar a segurança nas fronteiras, mas está a causar sérios atrasos e complicações nas operações do aeroporto.
Na carta enviada ao primeiro-ministro e a vários ministros, a AHP alerta que a situação no aeroporto de Lisboa é insustentável. O presidente da AHP, Bernardo Trindade, enfatiza que o Estado português tem falhado na gestão dos controlos de fronteira, resultando em filas intermináveis e na deterioração da imagem do país. A AHP considera que o aeroporto de Lisboa não pode ser uma porta de entrada negativa para os turistas que visitam Portugal.
O novo sistema EES, que é obrigatório nas fronteiras externas do Espaço Schengen, introduz procedimentos mais complexos, como a recolha de dados biométricos. A AHP sublinha que a falta de recursos humanos e técnicos adequados para a sua implementação está a gerar atrasos inaceitáveis nas chegadas e partidas, afetando diretamente a operação do aeroporto de Lisboa e a confiança dos viajantes.
Com o aeroporto de Lisboa já a operar em sobrecarga, a AHP alerta para as consequências graves que esta situação pode trazer. As filas nos controlos de fronteira, tanto à chegada como à partida, são uma consequência previsível de uma implementação sem recursos suficientes. A associação destaca que a saturação nas operações do aeroporto pode levar à perda de ligações aéreas e comprometer a viabilidade do hub da TAP, que depende da fluidez dos tempos de conexão.
Além disso, a AHP lembra que o turismo representa cerca de 12% do PIB nacional, com a região de Lisboa a ser responsável por uma parte significativa da procura turística. A associação alerta para o risco de comprometer uma das principais fontes de crescimento económico e prestígio internacional do país devido à ineficiência administrativa.
A situação é ainda mais preocupante, pois esta é apenas a primeira fase do EES. Em dezembro, será implementada uma fase mais exigente, que incluirá a recolha biométrica obrigatória para cerca de 35% dos passageiros internacionais. A AHP avisa que, se não forem reforçados os meios humanos e técnicos, o sistema poderá colapsar, afetando não só os turistas, mas também os cidadãos portugueses que utilizam o aeroporto.
Para evitar esta situação, a AHP propõe várias medidas, como o aumento de efetivos policiais para o controlo de fronteiras, a ativação dos eGates e máquinas RAPID, e a definição de tempos máximos de espera aceitáveis para passageiros de países terceiros. A associação pede ainda um plano nacional de contingência para picos de tráfego e uma comunicação transparente com os passageiros e operadores turísticos.
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Fonte: Sapo





