O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou hoje a sua desaprovação em relação ao recente anúncio do homólogo russo, Vladimir Putin, sobre a realização de um teste de um míssil de cruzeiro com propulsão nuclear. Trump classificou o teste de míssil nuclear como “inoportuno” e apelou a Putin para que ponha fim à guerra na Ucrânia.
Durante uma conferência de imprensa a bordo do avião que o transporta para o Japão, Trump afirmou que “é inadequado da parte de Putin” fazer um anúncio deste tipo enquanto o conflito na Ucrânia se arrasta. “Esta guerra, que deveria ter durado uma semana, está prestes a entrar no quarto ano. É isso que ele deveria fazer, em vez de testar mísseis”, disse Trump.
O teste de míssil nuclear foi anunciado por Putin no domingo, que elogiou a arma como única e com um alcance de até 14 mil quilómetros. O líder russo afirmou que os testes decisivos estavam agora concluídos e ordenou que se iniciassem os preparativos para a integração do míssil nas forças armadas russas.
O míssil, denominado Burevestnik, que significa “pássaro da tempestade” em russo, é descrito por Putin como tendo um “alcance ilimitado” e como uma “criação única que mais ninguém no mundo possui”. Durante o último teste, realizado a 21 de outubro, o Burevestnik voou durante cerca de 15 horas, cobrindo uma distância de 14 mil quilómetros, segundo o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Guerasimov.
Guerasimov acrescentou que o teste demonstrou as capacidades do míssil em eludir sistemas de defesa aérea e antimísseis. Putin, por sua vez, destacou que o Burevestnik é uma peça de armamento única que foi considerada irrealizável por especialistas de alto nível antes de ser desenvolvida.
O desenvolvimento deste tipo de armamento começou em 2018, em resposta à decisão dos EUA de criar um escudo antimísseis, após a retirada do tratado antimísseis de 1972, assinado durante a Guerra Fria. A Rússia decidiu avançar com o projeto após os EUA abandonarem o acordo em 2001.
Além disso, Putin dirigiu recentemente manobras das forças nucleares russas, que envolveram operações por terra, mar e ar, logo após o cancelamento da cimeira de Budapeste com Trump, devido à recusa de Moscovo em cessar as hostilidades na Ucrânia. A tensão entre os dois países continua a aumentar, enquanto o mundo observa atentamente os desenvolvimentos relacionados com o teste de míssil nuclear e as suas implicações geopolíticas.
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Fonte: Sapo





