Um recente inquérito realizado pela Bolt em parceria com o Centro de Estudos Aplicados da CATÓLICA-LISBON revelou que a flexibilidade horária e a autonomia são os principais fatores que levam os motoristas TVDE a optarem por trabalhar em plataformas digitais. Dos 1.034 motoristas inquiridos, 57% afirmaram que a flexibilidade de horários foi decisiva na sua escolha, enquanto 38% valorizaram a possibilidade de serem independentes.
A maioria dos motoristas TVDE exerce a profissão a tempo inteiro, com apenas 22% a ter mais de um emprego. Este trabalho é visto como uma escolha consciente, permitindo aos condutores aumentar os seus rendimentos. De acordo com o inquérito, 56% dos motoristas TVDE consideram que a sua atividade melhorou a sua estabilidade económica. Mais de 60% dos inquiridos ganham mais de mil euros por mês, e metade destes recebe acima de 1.500 euros, o que lhes permite realizar investimentos significativos, como na habitação (26%) e na compra de veículos (17%).
Rute Xavier, professora na Universidade Católica e coordenadora do inquérito, destaca que o trabalho em plataformas digitais é frequentemente associado à instabilidade e à falta de qualificações. No entanto, os dados mostram que este setor está em crescimento, com motoristas qualificados que valorizam a independência. “Estes profissionais são, na sua maioria, pioneiros de uma nova economia que se baseia na flexibilidade e na autonomia”, afirma Rute.
O inquérito também revela que 89% dos motoristas TVDE trabalham em mais de uma plataforma e que a maioria possui uma experiência consolidada. Cerca de 81% exerce a profissão há mais de um ano, e 28% há mais de cinco anos, reforçando a ideia de que muitos veem esta atividade como uma escolha de longo prazo. O perfil dos motoristas é maioritariamente masculino (92%) e experiente, com quase 80% a ter mais de 40 anos e um terço a possuir formação superior.
Apesar das vantagens, 67% dos inquiridos sentem que a sociedade não respeita os motoristas TVDE. Entre os equívocos mais comuns, 56% acreditam que a profissão não proporciona rendimentos suficientes para um nível de vida decente, enquanto 30% associam a atividade a pessoas sem educação. Outros mitos incluem a ideia de que a profissão não exige certificação ou esforço.
Mário de Morais, responsável de ride-hailing da Bolt em Portugal, sublinha que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que o trabalho dos motoristas TVDE seja devidamente reconhecido. “São profissionais que cumprem regras exigentes e prestam um serviço essencial com dedicação. Queremos que a perceção pública valorize o contributo diário destes condutores para a mobilidade em Portugal”, afirma Mário.
Leia também: Como a mobilidade urbana está a evoluir em Portugal.
Leia também: Lucros da Mercedes-Benz caem 50% até setembro devido a tarifas
Fonte: Sapo





