A Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) expressou, esta quinta-feira, a sua preocupação em relação às novas tarifas de 50% sobre a importação de aço, alertando que estas medidas podem comprometer a competitividade das empresas portuguesas e europeias. O aviso foi feito pelo vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, durante uma reunião em Lisboa com Stephane Séjourné, vice-presidente da Comissão Europeia, que está em Portugal para discutir questões económicas.
A reunião, que também contou com a presença de membros do governo português, focou-se na recente duplicação das taxas alfandegárias sobre as importações de aço, que passaram de 25% para 50%. Além disso, a quota de aço importado isento de tarifas foi reduzida para quase metade, o que agrava ainda mais a situação das indústrias metalúrgicas.
Rafael Campos Pereira sublinhou que estas tarifas de aço podem ter um impacto negativo significativo na indústria metalúrgica e metalomecânica, colocando em risco a competitividade das empresas portuguesas num cenário internacional já complicado. Segundo o vice-presidente da AIMMAP, estas medidas poderão penalizar as exportações e comprometer o investimento, o emprego, a inovação e a criação de riqueza num setor considerado vital para a economia europeia.
O encontro teve como objetivo reforçar a necessidade de um diálogo construtivo entre as instituições europeias e os representantes da indústria, na busca de soluções equilibradas que possam salvaguardar tanto os objetivos de política comercial da União Europeia como a sustentabilidade das empresas. A AIMMAP enfatiza que é crucial encontrar um equilíbrio que não prejudique a competitividade das empresas no mercado global.
A Comissão Europeia justifica o aumento das tarifas de aço como uma medida para proteger as siderúrgicas e os empregos na Europa, que enfrentam desafios devido à concorrência de baixo custo, especialmente da China. Stéphane Séjourné, em declarações anteriores, afirmou que a nova cláusula de salvaguarda do aço é parte de um esforço mais amplo para reindustrializar a Europa.
Durante a apresentação das novas medidas, Séjourné destacou a perda de 18.000 postos de trabalho diretos na indústria siderúrgica em 2024, considerando que esta situação é insustentável. Além da duplicação das tarifas, a Comissão Europeia decidiu também reduzir o volume de importações isentas de tarifas em 47%, limitando-as a 18,3 toneladas métricas por ano.
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Fonte: ECO





