O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, na sua reunião de outubro, manter as taxas de juro de referência inalteradas em 2%, marcando a terceira vez consecutiva que não há alterações. Esta decisão estava em linha com as expectativas do mercado e reflete uma abordagem cautelosa da autoridade monetária.
Após uma série de cortes de 200 pontos base entre junho de 2024 e o início deste ano, o BCE parece estar a adotar uma postura mais conservadora. A inflação na zona euro registou uma ligeira subida, passando de 2% em agosto para 2,2% em setembro, o que sugere que a possibilidade de novas reduções nas taxas de juro não é viável no curto prazo. A recuperação dos preços é um sinal de que a economia está a enfrentar novas pressões inflacionistas, o que pode influenciar futuras decisões do BCE.
A decisão de manter as taxas de juro em 2% coincide com a divulgação dos dados de crescimento económico da zona euro, que avançou 0,2% no terceiro trimestre. Este crescimento superou as expectativas, desafiando as previsões de um impacto negativo devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos e à incerteza económica global. A resiliência da economia europeia é um fator importante para o BCE, que, segundo Christine Lagarde, está “num bom lugar” com o nível atual das taxas.
Além disso, os índices de gestores de compras (PMI) em outubro mostraram um desempenho melhor do que o esperado, atingindo máximos de 17 meses no índice composto. Este resultado reforça a ideia de que a economia da zona euro está a mostrar sinais de robustez, o que diminui a probabilidade de uma nova descida nas taxas de juro.
O BCE continuará a monitorizar de perto a evolução da inflação e do crescimento económico, uma vez que estas variáveis são cruciais para a definição da sua política monetária. A estabilidade das taxas de juro é um reflexo da confiança do BCE na recuperação económica, mas também um aviso de que a vigilância sobre a inflação deve ser mantida.
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Fonte: Sapo





