Polémicas vendas de imóveis do Novobanco sob investigação

Nos últimos anos, as vendas de imóveis e carteiras de crédito malparado pelo Novobanco têm gerado controvérsia e preocupação. Desde a aquisição do banco pelos franceses do BPCE, em 2018, várias operações, como os projetos Viriato e Sertorius, têm estado sob escrutínio das autoridades. A Polícia Judiciária realizou buscas nas instalações do Novobanco e da KPMG, investigando possíveis prejuízos ao Fundo de Resolução e aos contribuintes portugueses.

A recuperação financeira do Novobanco exigiu uma limpeza do seu balanço, levando à venda de ativos e empréstimos não produtivos, especialmente em 2018 e 2019. Após a Lone Star ter adquirido 75% do banco em 2017, o Fundo de Resolução comprometeu-se a cobrir perdas até um teto de 3,89 mil milhões de euros. Contudo, a forma como foram realizadas as vendas de imóveis levanta questões.

O projeto Viriato, que envolveu a venda de quase 9.000 imóveis, foi o primeiro grande negócio do Novobanco. Com um valor bruto contabilístico de 716,7 milhões de euros, o banco esperava receber 389 milhões, mas acabou a registar uma perda de 159 milhões. A carteira incluía ativos não rentáveis, com apenas 5% arrendados, e a venda ao fundo de private equity Anchorage gerou polémica, levando a investigação pela Procuradoria Geral da República.

Outro caso problemático é o projeto Sertorius, que resultou na venda de uma carteira de imóveis avaliada em 400 milhões de euros ao fundo Cerberus. Esta operação, que envolveu 200 ativos, também teve um impacto negativo significativo nas contas do banco, com perdas de 229 milhões de euros. O Tribunal de Contas criticou a venda, apontando que os investidores conseguiram lucros de mais de 60% na revenda dos imóveis, o que levanta questões sobre a gestão dos ativos pelo Novobanco.

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Além destes projetos, o Novobanco também avançou com a venda de ativos em Espanha, no âmbito do projeto Albatros, e de carteiras de crédito malparado, como o projeto Nata 1, que envolveu a venda de 1.750 milhões de euros em crédito. O Banco de Portugal tem estado atento a estas operações, que têm suscitado críticas e preocupações sobre a transparência e a eficácia da gestão do banco.

Recentemente, surgiram novas suspeitas relacionadas com a venda de propriedades, como a Herdade da Ferraria, que foi vendida a um gestor do Novobanco por um valor que não refletia o seu potencial de construção. Este caso está a ser investigado, assim como outros negócios que podem ter causado prejuízos significativos ao banco e, por extensão, ao Estado.

As vendas de imóveis do Novobanco continuam a ser um tema quente, com implicações financeiras e políticas que exigem uma análise cuidadosa. A investigação em curso poderá trazer à luz mais detalhes sobre a gestão de ativos do banco e as suas consequências para o sistema financeiro português. Leia também: “O impacto das vendas de imóveis no mercado imobiliário português”.

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Fonte: ECO

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