O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, anunciou uma drástica redução no número de refugiados que poderão ser admitidos anualmente no país, limitando este número a 7.500. Esta nova política, que privilegia a admissão de sul-africanos brancos, tem gerado críticas acesas por parte de várias organizações não governamentais.
Os novos limites, publicados no Registo Federal, representam uma queda significativa em relação ao teto de 125.000 estabelecido pelo ex-presidente Joe Biden no ano anterior. A decisão não foi acompanhada de uma justificação clara, levantando questões sobre os critérios de admissão. O aviso menciona que a admissão de refugiados será “justificada por razões humanitárias ou por servir o interesse nacional”, mas não especifica quais grupos, além dos africânderes, poderão ser considerados.
A política de Trump, que já havia suspendido o programa de refugiados no seu primeiro dia de mandato, tem sido criticada por concentrar a maioria das admissões em um único grupo. Krish O’Mara Vignarajah, presidente da Global Refuge, expressou preocupação, afirmando que tal abordagem prejudica a credibilidade do programa. “Esta decisão não reduz apenas o limite de admissão de refugiados. Rebaixa a nossa posição moral”, disse Vignarajah.
O Projeto Internacional de Assistência a Refugiados (IRAP) também se manifestou contra a nova política, destacando que muitos refugiados que aguardam admissão já passaram por rigorosas verificações de segurança e estão em situações vulneráveis. O presidente do IRAP, Sharif Aly, afirmou que “ao privilegiar os africânderes enquanto continua a proibir a entrada de milhares de refugiados que já foram avaliados e aprovados, o governo está mais uma vez a politizar um programa humanitário”.
A decisão de Trump de focar na admissão de africânderes, alegando que estes enfrentam discriminação e violência na África do Sul, foi prontamente contestada pelo governo sul-africano. Historicamente, os presidentes dos EUA têm a autoridade de definir limites para a admissão de refugiados, geralmente em consulta com o Departamento de Estado e agências de reinstalação.
Este novo limite de 7.500 refugiados representa o menor número desde a criação do programa em 1980. Durante o primeiro mandato de Trump, o limite foi progressivamente reduzido, atingindo os 15.000 no último ano da sua administração. Embora exista um programa separado para afegãos que colaboraram com o governo dos EUA, muitos ainda aguardam autorização de imigração.
Shawn VanDiver, presidente da organização AfghanEvac, descreveu a nova política como uma “traição horrenda” e um “dia muito triste”. “Isto significa que o Presidente e a Casa Branca não vão permitir que os refugiados afegãos venham para aqui”, afirmou em um vídeo nas redes sociais.
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Fonte: ECO





