Bancos despreocupados com contas de investimento simples

A proposta de contas de investimento “descomplicadas” e acessíveis, apresentada por Maria Luís Albuquerque, comissária europeia para os Serviços Financeiros, não parece preocupar os bancos portugueses. Esta iniciativa visa incentivar os cidadãos europeus a direcionar os seus depósitos para produtos financeiros mais rentáveis, permitindo a participação de diversos prestadores de serviços financeiros, incluindo sociedades de investimento.

As contas de investimento devem ser caracterizadas por serem “simples, fiáveis e de fácil acesso”, e a proposta inclui incentivos fiscais que favoreçam os pequenos investidores, permitindo a abertura de várias contas sem comissões excessivas. Segundo Vinay Pranjivan, economista da DECO, estas medidas podem levar os bancos a melhorar a remuneração dos depósitos a prazo, evitando assim a fuga de capitais. Contudo, o economista João Duque considera que o atual excesso de liquidez no sistema financeiro português não deverá provocar uma reação significativa por parte das instituições bancárias.

O Jornal Económico questionou os principais bancos nacionais sobre a possibilidade de ajustarem as suas ofertas para reter clientes caso a recomendação de Maria Luís Albuquerque seja implementada. Miguel Maya, CEO do BCP, afirmou que o banco não se preocupa em “segurar clientes”, mas sim em conquistar a sua preferência, destacando que a concorrência é um fator que estimula a inovação.

Outros bancos, como o Novobanco e a Caixa Geral de Depósitos, também expressaram uma visão positiva em relação à medida, mas não esperam que tenha um impacto direto nas contas de investimento e na remuneração dos depósitos. João Paixão Moreira, do Novobanco, sublinhou que a remuneração dos depósitos depende mais das taxas de juro do mercado interbancário do que da nova proposta europeia. A CGD, por sua vez, reforçou que a evolução dos depósitos está ligada a várias variáveis, incluindo a taxa de poupança.

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Apesar de a iniciativa ser bem recebida, os bancos aguardam decisões do Governo sobre a implementação das recomendações, especialmente no que diz respeito aos incentivos fiscais. A CGD reiterou o seu compromisso com a promoção da poupança de longo prazo e a melhoria da literacia financeira dos portugueses.

Leia também: O que esperar do futuro das contas de investimento em Portugal.

contas de investimento Nota: análise relacionada com contas de investimento.

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Fonte: Sapo

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