Estudo revela melhorias para o euro digital do BCE

Um estudo realizado pela SDA Bocconi, em colaboração com a Revolut, concluiu que o modelo atual do euro digital promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) pode ser aprimorado para melhor servir os consumidores. A investigação, que envolveu mais de 17 mil europeus, alerta que um euro digital muito semelhante aos instrumentos financeiros existentes pode acabar por ser irrelevante.

Para que o euro digital tenha um impacto significativo, deve ser mais simples, acessível e menos dependente de intermediários privados. Além disso, é crucial que esteja integrado no ecossistema digital contemporâneo. Os autores do estudo, incluindo investigadores de renome como Stefano Caselli e Giampaolo Gabbi, destacam que o papel dos bancos poderá ser reduzido, limitando-se a fornecer serviços adicionais relacionados com a nova moeda digital.

Os dados revelam que os cidadãos europeus preferem soluções que sejam simples e que se integrem na infraestrutura financeira existente. Entre as opções analisadas, o Dinheiro Digital e o Euro Token destacaram-se como as preferidas, apresentando maior consenso em termos de utilidade, facilidade de uso, confiança e intenção de adoção.

O sucesso do euro digital não deve assentar apenas na robustez técnica, mas deve ser construído à volta do valor que os cidadãos percepcionam. A adoção desta moeda digital representa um desafio significativo para a autonomia monetária da Europa. O plano do BCE, lançado em 2020, visa criar uma moeda digital pública que não desestabilize o sistema bancário nem interfira no crédito privado, sendo compatível com o ecossistema financeiro atual.

Recentemente, um evento na SDA Bocconi School of Management deu início a um debate sobre o futuro do euro digital, envolvendo instituições italianas, bancos tradicionais e empresas do setor de criptomoedas. O objetivo é repensar a moeda digital única, que permitiria aos cidadãos aceder diretamente ao dinheiro emitido pelo banco central, mesmo em formato digital.

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O euro digital é, essencialmente, uma forma eletrónica de dinheiro, acessível a todos, segura e gratuita, que complementará as notas físicas, especialmente num mundo em que o uso de dinheiro em espécie diminui. O estudo da SDA Bocconi abrangeu mais de 2,3 milhões de clientes da Revolut em 27 países europeus, apresentando três cenários alternativos para a introdução da moeda digital: o modelo do BCE, o Dinheiro Digital e o Euro Token.

Os resultados mostram que os dois cenários alternativos são preferidos pelos cidadãos em todos os indicadores medidos. Embora muitos participantes estejam dispostos a utilizar o euro digital, este modelo registou a maior taxa de rejeição, sugerindo que as funcionalidades do Dinheiro Digital e do Euro Token merecem ser exploradas mais a fundo.

Stefano Caselli, Dean da SDA Bocconi, afirma que o euro digital é um teste à soberania monetária europeia na era digital, especialmente num contexto em que os pagamentos digitais são dominados por entidades privadas, muitas vezes não europeias. A investigação sublinha a necessidade de uma abordagem mais ambiciosa, alinhada com as necessidades dos cidadãos.

Gianmaria Scocca, da Revolut, reforça a importância de focar na concorrência e na redução de custos para comerciantes e consumidores, a fim de garantir o sucesso do euro digital.

Leia também: O impacto das moedas digitais na economia europeia.

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Fonte: Sapo

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