O radicalismo islâmico, embora não tenha surgido na Europa, encontrou no continente um terreno propício para o seu desenvolvimento. As suas raízes estão profundamente ligadas às fraturas históricas deixadas pelo século XX, que incluem o colapso do colonialismo, o insucesso dos regimes nacionalistas árabes, a ascensão de teocracias financiadas pelo petróleo e a humilhação política de povos que nunca conseguiram equilibrar modernidade e tradição. O islamismo político surgiu como uma resposta a essa crise, prometendo um retorno a uma pureza que precedia o contacto com o Ocidente.
A ideia de que a violência pode ser um instrumento legítimo para restaurar uma ordem divina é uma das consequências mais preocupantes do radicalismo islâmico. Com a fragmentação do Médio Oriente, resultante das guerras no Afeganistão e no Iraque, milhões de refugiados e migrantes dirigiram-se para a Europa em busca de segurança e estabilidade. No entanto, o vazio ideológico que caracteriza uma Europa envelhecida e próspera, mas sem fé em si mesma, facilitou a infiltração de ideais radicais.
A segunda geração de imigrantes, já nascida em solo europeu, enfrenta um dilema profundo. Eles sentem-se rejeitados tanto pela sociedade que os vê como estrangeiros, como pelos pregadores que os convencem de que a Europa é o inimigo da sua identidade. Este cenário complexo alimenta o radicalismo islâmico, que se alimenta da frustração e da alienação.
É crucial que a Europa encontre formas de integrar estas comunidades, promovendo um diálogo que possa dissipar os medos e preconceitos que alimentam o radicalismo. A falta de um sentido de pertença e a exclusão social são fatores que podem intensificar a radicalização, tornando urgente a necessidade de políticas que promovam a inclusão e o entendimento intercultural.
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Fonte: Sapo





