Migração permanente na OCDE desce, mas mantém níveis elevados

O número de migrantes que se estabeleceram permanentemente em países da OCDE registou uma diminuição em 2024, mas os números permanecem elevados, totalizando 6,2 milhões de pessoas. Esta informação foi divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) no relatório “Perspetivas da Migração Internacional 2025”.

O relatório revela que a migração permanente para os 38 Estados-membros da OCDE caiu 4% em relação ao ano anterior, após três anos de aumentos significativos no contexto pós-pandemia da covid-19. Apesar desta ligeira descida, o total de novos imigrantes ainda está 15% acima dos níveis de 2019, o que indica que a migração permanente continua a ser uma realidade significativa.

A maioria dos países da OCDE, especialmente na União Europeia, viu uma redução na migração permanente em 2024. Embora os analistas não tenham identificado uma razão específica para esta diminuição, notam que as travessias irregulares nas fronteiras da UE caíram drasticamente, com uma redução de 37%, enquanto os Estados Unidos registaram uma queda de 48% nas entradas de migrantes.

Simultaneamente, o número de deportações e retornos voluntários de migrantes em países da UE, Reino Unido e Estados Unidos tem aumentado desde 2021. O relatório também destaca que existem tendências distintas consoante a região. Por exemplo, em Espanha, a migração permanente mantém-se em níveis historicamente elevados, apesar da queda, enquanto na Nova Zelândia a redução ultrapassou os 50%.

Nos Estados Unidos, a migração permanente aumentou 20% em comparação com 2023, impulsionada principalmente pela migração humanitária. Em média, os países da OCDE registaram nove novos migrantes permanentes por cada 1.000 habitantes em 2024, um aumento em relação aos oito por cada 1.000 em 2019. Luxemburgo e Islândia destacam-se, com 39 e 34 novos migrantes por cada 1.000 habitantes, respetivamente.

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Em contrapartida, países como o México e o Japão, apesar de serem altamente populosos, apresentaram níveis de imigração relativamente baixos, com apenas 0,6 e 1,4 novos migrantes permanentes por cada 1.000 habitantes, respetivamente. Nos maiores países da OCDE, como o Reino Unido e os Estados Unidos, os fluxos migratórios per capita mantiveram-se modestos, mesmo com o aumento absoluto dos números.

Quase metade dos novos migrantes permanentes na OCDE (44%) mudaram-se por motivos familiares, seja para se reunirem com familiares já residentes (34%) ou como acompanhantes de migrantes laborais (10%). A migração relacionada com o trabalho representou 17%, enquanto a migração humanitária correspondeu a 13%.

Tradicionalmente, cerca de metade da migração permanente para a OCDE concentra-se em cinco países principais: EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Espanha. Em 2024, os Estados Unidos sozinhos representaram um quarto do total, com 1,4 milhões de novos imigrantes permanentes, enquanto Alemanha, Canadá, Reino Unido e Espanha contribuíram com percentagens entre 7% e 11%.

A OCDE, criada em 1961 para gerir a ajuda do Plano Marshall após a Segunda Guerra Mundial, tem como objetivo promover a democracia e a economia de mercado, contando atualmente com membros como Portugal, Alemanha, Austrália e outros.

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Fonte: Sapo

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