O setor do alojamento local em Portugal enfrenta uma importante reestruturação, com a eliminação prevista de mais de 40 mil registos que se encontram inativos. Esta medida, que visa limpar a base de dados do setor, é vista como crucial para proporcionar uma visão mais realista do mercado da habitação. Ana Jacinto, secretária-geral da Associação da Hotelaria Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), sublinha que a existência de registos inativos “alimenta narrativas” que sugerem uma pressão excessiva sobre a habitação.
De acordo com Jacinto, a distorção provocada por estes registos inativos tem consequências práticas significativas. “Engrossa artificialmente o número total de estabelecimentos de alojamento local, contribuindo para uma perspetiva inflacionada do setor”, afirma. A secretária-geral destaca que a clarificação estatística permitirá que o setor disponha de uma base de dados mais fiável, ajustada à realidade.
Eduardo Miranda, presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), explica que a primeira fase deste processo decorreu entre março e junho. Durante este período, algumas câmaras municipais enviaram notificações de intenção de cancelamento para registos que não apresentaram seguro na plataforma. Contudo, o avanço deste processo foi atrasado devido à proximidade das eleições autárquicas, que impediram algumas autarquias, como a de Lisboa, de proceder ao cancelamento definitivo.
Agora, as câmaras municipais aguardam a tomada de posse das novas equipas para dar continuidade ao processo. Miranda prevê que a limpeza dos registos inativos de alojamento local se complete até ao final deste ano ou, no mais tardar, no início do próximo. Esta ação é vista como um passo importante para desmistificar a pressão sobre o mercado da habitação, permitindo uma análise mais precisa da situação.
A necessidade de uma base de dados mais clara e atualizada é essencial para a formulação de políticas que respondam efetivamente às realidades do setor. A eliminação de registos inativos não só melhora a transparência, mas também ajuda a criar um ambiente mais saudável para o alojamento local em Portugal.
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Fonte: ECO





