Quando se fala em investimento no mercado de capitais, a palavra “risco” é frequentemente mencionada. Contudo, muitos confundem este conceito com outro igualmente importante: a volatilidade. Embora ambos estejam interligados, é crucial entender que risco e volatilidade não são sinónimos. Esta distinção é fundamental para quem deseja proteger o seu património e alcançar os seus objetivos financeiros.
A volatilidade refere-se às flutuações nos preços de um ativo ao longo do tempo. Pode ser medida por indicadores estatísticos, como o desvio padrão, ou por índices como o VIX. Em termos simples, a volatilidade traduz-se nas oscilações constantes dos preços que se observam diariamente nos mercados. Os mercados financeiros funcionam como organismos vivos, influenciados por uma variedade de fatores económicos, políticos e sociais. Assim, as variações de preços são naturais e refletem a incorporação contínua de nova informação pelos investidores.
Investir com sucesso implica lidar não apenas com a volatilidade, mas também com emoções como a ganância e o medo. Para muitos, o verdadeiro desafio não reside em definir uma estratégia de investimento, mas sim em manter-se fiel a ela durante períodos de maior volatilidade. O problema surge quando o investidor interpreta estas oscilações temporárias como ameaças permanentes, confundindo volatilidade com risco real. O risco só se torna relevante se tiver consequências, como a perda permanente de capital.
Enquanto a volatilidade pode causar ansiedade, o risco é, de facto, perigoso. A volatilidade é desconfortável, mas não compromete os objetivos de longo prazo de um investidor. Distinguir entre estas duas situações permite tomar decisões mais racionais e menos emocionais. Para os investidores de longo prazo, a volatilidade deve ser encarada como uma oportunidade. As desvalorizações de curto prazo oferecem a possibilidade de adquirir ativos de qualidade a preços mais baixos, como se o mercado estivesse a oferecer “saldos” temporários.
O economista William Bernstein, no seu livro “The Four Pillars of Investing”, refere que a obsessão com as oscilações de preço a curto prazo está ligada à natureza humana. Saber que se deve investir a longo prazo é uma coisa; agir de acordo com esse princípio é outra. Em momentos de incerteza, a racionalidade deve sobrepor-se à emotividade. Aqueles que conseguem manter a calma e seguir a sua estratégia, mesmo quando os outros entram em pânico, tendem a ser mais bem-sucedidos.
Para quem precisa de liquidez a curto prazo, a estratégia deve ser diferente, priorizando a segurança em vez da rentabilidade. Investir em ativos menos expostos à volatilidade pode reduzir a probabilidade de perdas no momento da venda. Os períodos de instabilidade podem prolongar-se, e quem não ajustar as expectativas de retorno ao horizonte temporal do investimento pode ver comprometido o ganho esperado.
No curto prazo, o comportamento do mercado acionista é essencialmente especulativo. Nenhum investidor, por mais experiente que seja, consegue prever a evolução do mercado com precisão. Por isso, quem investe com horizontes temporais curtos deve evitar ativos demasiado voláteis. Em última análise, a melhor estratégia não é necessariamente a que promete os melhores retornos, mas sim aquela que o investidor consegue manter de forma disciplinada, mesmo nos períodos de maior turbulência. Não é preciso ter uma estratégia perfeita; é fundamental ter uma que seja suficientemente boa para alcançar os seus objetivos financeiros.
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Fonte: ECO





