Um em cada cinco médicos e enfermeiros que trabalham nos sistemas de saúde dos 38 países-membros da OCDE, incluindo Portugal, é migrante. Esta informação foi revelada num relatório recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
De acordo com o relatório anual “Perspetivas da Migração Internacional 2025”, os sistemas de saúde da OCDE contam com mais de 830.000 médicos e 1,75 milhões de enfermeiros que nasceram fora dos seus países de acolhimento. Os dados refletem a situação de 2020-2021, a última vez que foram recolhidos números nesta área, mas os analistas da OCDE, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmam que a integração de médicos migrantes tem crescido de forma significativa nas últimas duas décadas, superando o aumento geral do emprego nestas profissões.
O relatório indica que o número total de médicos nascidos no estrangeiro aumentou 86%, enquanto o de enfermeiros subiu 136%. Esta tendência deve-se, em grande parte, à escassez de profissionais de saúde em países com populações envelhecidas e uma crescente necessidade de cuidados médicos. Em resposta a esta situação, muitos países da OCDE têm reforçado a formação de pessoal de saúde, mas o recrutamento internacional de médicos migrantes também tem aumentado.
Os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido destacam-se como os países com os maiores aumentos em números absolutos de profissionais de saúde migrantes. Em várias nações, como a Finlândia, a Alemanha e a Suíça, o número de médicos migrantes mais do que triplicou nas últimas duas décadas. No caso dos enfermeiros, a Finlândia registou um aumento impressionante, quase oito vezes, enquanto outros países, como a Irlanda e a Nova Zelândia, também viram os seus números mais do que triplicar.
A maioria dos médicos e enfermeiros migrantes provém da Ásia, com cerca de 40% dos médicos e 37% dos enfermeiros a serem originários deste continente. Os principais países de origem dos médicos são a Índia, a Alemanha e a China, enquanto as Filipinas, a Índia e a Polónia lideram a lista dos enfermeiros.
O relatório ainda destaca que sete países de origem têm mais médicos a trabalhar na OCDE do que nos seus próprios territórios, e este número sobe para 15 no caso dos enfermeiros. A maioria destes profissionais parte de pequenos Estados insulares e de países menos desenvolvidos da África Subsariana.
Apesar das políticas migratórias estarem a evoluir, especialmente após a crise provocada pela pandemia de covid-19, os analistas da OCDE sublinham a necessidade de melhorar as respostas políticas. O reconhecimento e o licenciamento dos profissionais de saúde migrantes continuam a ser obstáculos significativos para a sua integração no mercado de trabalho.
A OCDE recomenda que os países recetores reforcem a formação e melhorem a retenção dos profissionais de saúde, com o objetivo de reduzir a escassez e a má distribuição de recursos humanos na área da saúde.
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Fonte: Sapo





