A cimeira da ONU sobre o clima, COP30, que decorre em Belém, Brasil, trouxe à tona dados alarmantes sobre o estado do clima global. A secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Celeste Saulo, revelou que a temperatura média até agosto de 2025 foi cerca de 1,42ºC acima dos níveis pré-industriais. Esta informação foi partilhada durante a abertura do evento, que reúne líderes de quase 200 países e se estende até ao dia 21.
Celeste Saulo sublinhou a gravidade da situação, afirmando que “não podemos desafiar as leis da física”. A OMM está a preparar uma atualização do Estado do Clima 2025, e os dados são preocupantes. As concentrações de gases de efeito estufa, que retêm calor, atingiram níveis históricos, os mais altos em 800.000 anos. Esta realidade aponta para um futuro mais quente e perigoso para o planeta.
A responsável destacou que o aumento dos níveis de dióxido de carbono entre 2023 e 2024 foi o mais elevado já registado. Além disso, o calor dos oceanos está em níveis recordes, o que tem impactos diretos em ecossistemas e economias em todo o mundo. A subida do nível do mar e a diminuição do gelo marinho na Antártida e no Ártico são sinais claros de que as condições meteorológicas estão a tornar-se cada vez mais destrutivas, com fenómenos como chuvas intensas e calor extremo a tornarem-se comuns.
Celeste Saulo alertou que, com o aumento recorde de gases de efeito estufa, limitar o aquecimento global a 1,5ºC, conforme estipulado no Acordo de Paris, é uma meta cada vez mais difícil de alcançar. A realidade é que, sem uma ação decisiva, o mundo poderá ultrapassar temporariamente essa meta, com consequências graves.
Apesar dos avisos alarmantes, a secretária-geral também reconheceu que existem progressos. Os alertas precoces estão a salvar vidas e a ciência está a contribuir para a adaptação às mudanças climáticas. Contudo, Saulo fez um apelo para que a COP30 não seja apenas mais um aviso ignorado, mas sim um marco na mudança de rumo que o mundo precisa.
“Não podemos reescrever as leis da física, mas podemos reescrever o nosso caminho”, concluiu, enfatizando a urgência de agir.
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COP30 COP30 COP30 Nota: análise relacionada com COP30.
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Fonte: Sapo
