Manuela Oliveira, atleta de ténis em cadeira de rodas, partilhou as suas experiências e expectativas em relação ao ITF Wheelchair Tennis Tour. A jogadora iniciou a competição sem grandes ambições de resultados, focando-se principalmente em ganhar experiência e integrar-se no circuito internacional. No entanto, a sua participação superou as expectativas, tendo alcançado os quartos de final, onde enfrentou uma atleta classificada em 32.º lugar no ranking mundial. Este desempenho deixou-a satisfeita e motivada para continuar a evoluir.
Oliveira sonha em representar Portugal nos Jogos Paralímpicos de 2028, considerando essa possibilidade uma grande conquista, não apenas para si, mas para todos os praticantes de ténis em cadeira de rodas no país. No entanto, ela reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer, que envolve muito trabalho, investimento e participação em competições internacionais. Para já, a atleta prefere focar-se em objetivos mais imediatos, como participar em mais torneios e alcançar bons resultados.
A atleta também abordou a necessidade de Portugal melhorar as condições para os praticantes de desporto adaptado. Para ela, a acessibilidade é fundamental, assim como a formação de técnicos que compreendam as especificidades do desporto adaptado. Além disso, Oliveira destacou a importância de recursos materiais, como cadeiras de rodas desportivas, que são essenciais para o desempenho dos atletas, mas que representam um investimento elevado.
Infelizmente, os apoios do Estado português são ainda limitados, especialmente nas fases iniciais da carreira. A atleta sublinha que, muitas vezes, os apoios só surgem quando o atleta já atingiu um determinado nível de ranking, o que dificulta o percurso até lá. A falta de apoio estruturado tem sido um obstáculo significativo, e Oliveira acredita que essa situação é uma das razões pelas quais nenhum atleta português conseguiu qualificar-se para os Jogos Paralímpicos nesta modalidade.
O projeto Heróis Betano tem sido crucial na sua trajetória. Oliveira refere que esta iniciativa lhe trouxe visibilidade e apoio concreto, incluindo uma cadeira de rodas desportiva adaptada, que fez uma grande diferença na sua performance. Para ela, este tipo de parceria é um investimento no futuro do desporto adaptado em Portugal.
Representar o Ténis Clube de Famalicão é uma fonte de orgulho para Manuela Oliveira. Ela sente-se apoiada pela sua cidade e pelo clube, que sempre estiveram presentes ao longo da sua carreira. Essa estrutura de apoio motiva-a a competir em ambientes internacionais, onde sente que representa não só a si mesma, mas também todos aqueles que acreditaram nela desde o início.
Oliveira aspira a inspirar outros praticantes, especialmente mulheres, a acreditarem que podem seguir o mesmo caminho. Ela acredita que a melhor forma de inspirar é através do trabalho e da dedicação, mostrando que é possível alcançar os objetivos, independentemente das limitações. A sua história pode servir de motivação para outros atletas, demonstrando que, com esforço e consistência, é possível superar desafios.
Leia também: O impacto do desporto adaptado na sociedade.
Heróis Betano Heróis Betano Heróis Betano Heróis Betano Nota: análise relacionada com Heróis Betano.
Leia também: Cabo Verde qualifica-se pela primeira vez para o Mundial 2026
Fonte: Sapo
